Encontros com Crianças da Educação Infantil no Entre do Instituto Benjamin Constant
AUTORIA
Daiana Pilar Andrade De Freitas Silva , Débora De Souza Santos Madeira
ABSTRACT
Este ensaio é um desdobramento de duas pesquisas produzidas junto ao Coletivo Diferenças e Alteridades na Educação, no Programa de Pós-Graduação em Educação Processos Formativos e Desigualdades Sociais da Faculdade de Formação de Professores na Universidade do Estado do Rio de Janeiro. Duas pesquisas que se unem por algo em comum: o encontro. Encontros com crianças da Educação Infantil do Instituto Benjamim Constant, uma instituição especializada na área de deficiência visual, localizada no Rio de janeiro. Nesse espaço, especificamente na escola do IBC, somos movidas pelo desejo de dar a ver o que se passa entre nós: crianças, uma professora e uma assistente de alunos. Quais os deslocamentos possíveis nesses encontros? De que modo nos afetamos ao estarmos juntos no espaço do IBC? Ao ensaiar fazemos uso de nossas narrativas, em diários, como dispositivo que comporta a experiência do encontro, dando a ver os efeitos dessa experiência. Propomos o movimento de caminhar por entre nossos diários buscando problematizar, pensar para além do que nos está dado. O caminhar se expressa como uma possibilidade de nos sensibilizarmos para a ideia de que nos formamos enquanto singularidades, no encontro com outros, que podem nos provocar atravessamentos, que nem sempre se constituem de modo harmonioso. A partir das experiências diariadas nos encontros, colocamos em questão alguns conceitos que nos estão dados, como os de deficiência e indisciplina, suspeitando dos modos como fazemos uso desses conceitos em nossos dizeres-fazeres cotidianos. Pensamos também na infância como condição que afirma os modos múltiplos de ser e estar no mundo, que nos torna singular. Diante destas problematizações, além dos encontros com as crianças, alguns autores nos acompanham na caminhada, como Deleuze (1998), Larrosa (2016), Certeau (2014), Skliar (2019) e outros, nos ajudando a suspeitar dos modelos dados, a fim de pensar em modos outros de ver, sentir e viver que se enunciam nos encontros.
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