ABSTRACT

Acredita-se que há uma grande diferença entre os clubes de futebol do Brasil e da Europa, tanto em aspecto de gestão administrativa, como o nível de endividamento ou no aspecto técnico, ou seja, na qualidade dos jogadores, na qualidade dos seus ativos intangíveis, esses que são os principais ativos das entidades esportivas. Nesse contexto, o objetivo desse trabalho foi relacionar os ativos intangíveis com os passivos, buscando verificar se há diferença nessa relação entre os clubes brasileiros e europeus. A amostra do estudo é composta por 6 clubes brasileiros e 6 clubes europeus. Os dados foram obtidos a partir das demonstrações contábeis de 2016 dos clubes brasileiros e 2015/16 dos europeus. Apesar de terem sido constatadas divergências nos métodos e forma de apresentação dos ativos intangíveis entre os clubes, os resultados demonstraram a relevância desse tipo de ativo nas entidades desportivas. Foi apurado que a média dos ativos intangíveis dos clubes europeus são 8 vezes maiores que a dos clubes brasileiros. A média de ativos totais dos clubes da Europa são o triplo em relação aos clubes do Brasil, já a de passivos são o dobro. Também foi constatado que os clubes europeus se endividam mais para melhorar os seus elencos e os clubes brasileiros se endividam por outras finalidades. Uma das contribuições desse trabalho é comprovar que os clubes europeus direcionam mais recursos para a aquisição de atletas, o que justifica a diferença técnica dos campeonatos brasileiros e europeus.