A fundamentação teórica do artigo ''Intraempreendedorismo: Um Caminho Para o Desenvolvimento Pessoal e Profissional nas Organizações'' é sólida e aborda um tema emergente na literatura de gestão e comportamento organizacional. O conceito de intraempreendedorismo, que diferencia o comportamento empreendedor dentro das organizações do empreendedorismo tradicional, é amplamente discutido em trabalhos como os de Pinchot (1985), que introduziu o termo e destacou a importância da autonomia e da inovação em ambientes corporativos. A ênfase no alinhamento entre objetivos individuais e organizacionais também dialoga com a literatura contemporânea, como os estudos de Kuratko e Morris (2018), que exploram a relação entre intraempreendedorismo, engajamento e desenvolvimento de talentos. O artigo poderia se beneficiar ainda mais ao integrar teorias sobre inteligência emocional e resiliência, que desempenham um papel crítico no sucesso do intraempreendedorismo, conforme destacado por Goleman (1995).
A fundamentação metodológica, baseada em uma revisão de literatura abrangente de publicações entre 2019 e 2024, é apropriada para o objetivo de traçar a evolução do conceito e explorar suas implicações práticas. No entanto, o artigo poderia detalhar os critérios de seleção dos estudos analisados, garantindo maior rigor na abordagem metodológica. Além disso, a integração de estudos de caso ou dados empíricos, como métricas de engajamento e retenção em empresas que adotaram práticas intraempreendedoras, seria útil para ilustrar os benefícios e desafios do intraempreendedorismo, como sugerido por Hornsby et al. (2013).
Os resultados e conclusões destacam o impacto positivo do intraempreendedorismo no desempenho organizacional, engajamento e desenvolvimento de talentos. Essa abordagem está alinhada com trabalhos como os de Zahra (1991), que demonstraram a relação entre práticas intraempreendedoras e o desempenho financeiro e inovador das empresas. A ênfase no papel do intraempreendedorismo na retenção de talentos é particularmente relevante no cenário atual, onde a valorização dos colaboradores é uma prioridade estratégica. Contudo, o artigo poderia explorar mais detalhadamente os desafios associados à implementação do intraempreendedorismo, como resistência cultural ou falta de incentivos adequados, temas amplamente discutidos por Antoncic e Hisrich (2001).
Os avanços teóricos, metodológicos e empíricos incluem a síntese de evidências sobre os benefícios do intraempreendedorismo, tanto para o desenvolvimento pessoal e profissional dos colaboradores quanto para a inovação organizacional. A contribuição reside em conectar objetivos individuais e corporativos, promovendo uma cultura de aprendizado contínuo e inovação. Para maximizar o impacto, o artigo poderia propor frameworks práticos para a implementação do intraempreendedorismo, incluindo diretrizes para líderes organizacionais fomentarem um ambiente que apoie o comportamento empreendedor, como sugerido por Burgelman (1983).
### Referências
ANTONCIC, Bostjan; HISRICH, Robert D. Intrapreneurship: Construct refinement and cross-cultural validation. *Journal of Business Venturing*, v. 16, n. 5, p. 495-527, 2001. Amsterdam.
BURGELMAN, Robert A. A process model of internal corporate venturing in the diversified major firm. *Administrative Science Quarterly*, v. 28, n. 2, p. 223-244, 1983. Ithaca.
GOLEMAN, Daniel. *Emotional intelligence: Why it can matter more than IQ.* Bantam, 1995. New York.
HORNSBY, Jeffrey S.; KURATKO, Donald F.; SHEPHERD, Dean A.; BOTT, Jesse P. Manager’s corporate entrepreneurial actions: Examining perception and position. *Journal of Business Venturing*, v. 24, n. 3, p. 236-247, 2013. Amsterdam.
KURATKO, Donald F.; MORRIS, Michael H. Corporate entrepreneurship: A critical challenge for educators and researchers. *Entrepreneurship Education and Pedagogy*, v. 1, n. 1, p. 42-60, 2018. Thousand Oaks.
PINCHOT, Gifford. *Intrapreneuring: Why you don’t have to leave the corporation to become an entrepreneur.* Harper & Row, 1985. New York.
ZAHRA, Shaker A. Predictors and financial outcomes of corporate entrepreneurship: An exploratory study. *Journal of Business Venturing*, v. 6, n. 4, p. 259-285, 1991. Amsterdam.