A fundamentação teórica do artigo ''Estudo da Estratégia como Prática no Programa Educacional de Resistência às Drogas (PROERD), nas Escolas Municipais da Região de Irati-PR'' é consistente e alicerçada na perspectiva da estratégia como prática, que enfatiza o papel das atividades cotidianas, atores e contextos na formulação e implementação de estratégias. Essa abordagem é amplamente discutida por autores como Whittington (2006), que define a estratégia como o conjunto de atividades práticas realizadas pelos ''praticantes'' em contextos específicos. A aplicação desse referencial ao PROERD é apropriada, pois o programa envolve ações sistemáticas e colaborativas entre diferentes stakeholders, como policiais, educadores e a comunidade. Contudo, o artigo poderia explorar mais profundamente como os conceitos de práticas, práxis e praticantes interagem para sustentar e inovar as estratégias do PROERD, como proposto por Jarzabkowski, Balogun e Seidl (2007). A fundamentação metodológica, baseada em uma abordagem qualitativa e interpretativista, é adequada para o objetivo do estudo. A utilização de entrevistas semiestruturadas com instrutores do programa fornece dados ricos e contextuais que permitem identificar as nuances das práticas estratégicas. No entanto, o artigo poderia detalhar mais o processo de análise, como os critérios para codificação das transcrições e o uso de frameworks analíticos, para garantir rigor metodológico. Trabalhos como os de Gioia, Corley e Hamilton (2013) oferecem diretrizes claras para análise de dados qualitativos em estudos de estratégia, o que poderia enriquecer a pesquisa. Os resultados apresentados identificam claramente as dimensões de práxis, praticantes e práticas no contexto do PROERD, destacando a relevância dessas categorias para a execução e manutenção do programa. Esses achados são consistentes com estudos de Seidl e Whittington (2014), que enfatizam que a estratégia como prática é moldada pelas rotinas diárias, competências individuais e interações sociais. O artigo destaca a adaptabilidade do PROERD às circunstâncias locais, um ponto que ressoa com a literatura sobre estratégias emergentes, como discutido por Mintzberg e Waters (1985). Contudo, seria interessante aprofundar a análise sobre como os desafios enfrentados no contexto educacional e social de Irati influenciam as práticas estratégicas e como as adaptações realizadas podem ser replicadas em outros contextos. Os avanços teóricos, metodológicos e empíricos do artigo incluem a aplicação da perspectiva da estratégia como prática a um programa de educação preventiva, contribuindo para a compreensão de como práticas estratégicas são implementadas em contextos de segurança pública e educação. Essa abordagem oferece insights valiosos para gestores e formuladores de políticas que buscam melhorar a efetividade de programas semelhantes. Para maximizar o impacto, o artigo poderia propor diretrizes práticas para otimizar a execução do PROERD com base nos achados, além de explorar como a interação entre os diferentes praticantes pode ser fortalecida para enfrentar desafios futuros. ### Referências GIOIA, Dennis A.; CORLEY, Kevin G.; HAMILTON, Aimee L. Seeking qualitative rigor in inductive research: Notes on the Gioia methodology. *Organizational Research Methods*, v. 16, n. 1, p. 15-31, 2013. Thousand Oaks. JARZABKOWSKI, Paula; BALOGUN, Julia; SEIDL, David. Strategizing: The challenges of a practice perspective. *Human Relations*, v. 60, n. 1, p. 5-27, 2007. London. MINTZBERG, Henry; WATERS, James A. Of strategies, deliberate and emergent. *Strategic Management Journal*, v. 6, n. 3, p. 257-272, 1985. Hoboken. SEIDL, David; WHITTINGTON, Richard. Enlarging the strategy-as-practice research agenda: Towards taller and flatter ontologies. *Organization Studies*, v. 35, n. 10, p. 1407-1421, 2014. London. WHITTINGTON, Richard. Completing the practice turn in strategy research. *Organization Studies*, v. 27, n. 5, p. 613-634, 2006. London.