O estudo ''Capacidade de Absorção, Capital Social e Ambidestria: Enfoque em Agentes de Trânsito'', realizado por Genailda Ramos Neves e Silvio Popadiuk, tem como objetivo avaliar, no âmbito individual, a intensidade do capital social, da capacidade absortiva (ACAP) e da ambidestria, além de investigar as relações teóricas e empíricas entre esses construtos. O estudo visa melhorar o atendimento de agentes de trânsito, particularmente em relação à interpretação das normativas de trânsito, essencial para garantir a conformidade e a segurança nas vias públicas. A capacidade absortiva (ACAP), conforme Cohen & Levinthal (1990), é a habilidade de uma organização ou indivíduo para reconhecer o valor de novas informações, as assimilá-las e aplicá-las com o objetivo de melhorar o desempenho organizacional. Ambidestria refere-se à capacidade de gerenciar simultaneamente a exploração de novas oportunidades e a exploração de competências já existentes (March, 1991). O capital social é entendido como as redes de relacionamentos, normas e confiança que facilitam a cooperação entre os membros de um grupo (Coleman, 1988). Para a coleta de dados, foi aplicado um questionário estruturado e fechado a uma amostra de 136 agentes de trânsito das 101 CIRETRANS (Circunscrições Regionais de Trânsito) do Estado do Paraná. As variáveis foram mensuradas utilizando três escalas com seis pontos para avaliar a capacidade de absorção, o capital social e a ambidestria individual, em consonância com estudos anteriores que utilizam a Modelagem de Equações Estruturais (SEM) para medir as relações entre essas variáveis (Chin, 1998). Os resultados indicaram que a capacidade absortiva tem um efeito mais intenso sobre a ambidestria individual e o capital social em comparação com o efeito do capital social sobre a ambidestria. Isso sugere que a capacidade dos agentes de trânsito de absorver novas informações e conhecimentos tem um papel crucial na sua capacidade de aplicar tanto práticas tradicionais quanto inovadoras na interpretação e aplicação das normativas de trânsito. Esses achados são relevantes para o desenvolvimento de programas de capacitação e treinamento dos profissionais de trânsito, destacando a importância de aprimorar a capacidade de absorção como uma estratégia para fomentar a ambidestria e melhorar a qualidade do atendimento prestado à sociedade. A pesquisa contribui para o campo da gestão de pessoas e das políticas públicas ao sugerir que, ao fortalecer a capacidade de absorção dos agentes de trânsito, é possível melhorar não só a qualidade da interpretação das normativas de trânsito, mas também a forma como os profissionais interagem e colaboram entre si, utilizando o capital social como uma rede de suporte. Referências: COHEN, W. M., & LEVINTHAL, D. A. (1990). Absorptive capacity: A new perspective on learning and innovation. Administrative Science Quarterly, 35(1), 128-152. COLEMAN, J. S. (1988). Social capital in the creation of human capital. American Journal of Sociology, 94, S95-S120. CHIN, W. W. (1998). The partial least squares approach to structural equation modeling. In Modern Methods for Business Research (pp. 295-336). Mahwah, NJ: Lawrence Erlbaum Associates. MARCH, J. G. (1991). Exploration and exploitation in organizational learning. Organization Science, 2(1), 71-87.

Parabéns Genailda, sua pesquisa quantitativa está muito bem estruturada. Confesso que tive que ler duas vezes para entender melhor os conceitos de capacidade de absorção, capital social, ambidestria, exploração e explotação. Na introdução somente o conceito de explotação não explicado com mais detalhes, o que dificulta o leitor de outra área entender, penso que a introdução é a porta de entrada para o leitor entender o artigo e facilitar a leitura. A natureza quantitativa e qualitativa do artigo só enriqueceu o rigor metodológico do trabalho e conseguiu acompanhar o objetivo do artigo. Nas considerações finais teve uma frase que me chamou a atenção, pois pensei durante a leitura: ''Este estudo tem como principal limitação o fato de que o público-alvo estudado envolveu apenas agentes de trânsito localizados no Estado do Paraná e uma amostra de 136 respondentes de um universo de pouco mais de 500. Portanto, embora passível de generalização para todo o universo, a sua validade não pode ser ampliada para outros tipos de públicos'' De que este estudo científico quantitativo pode ser realizado com outros públicos e organizações.