Avaliação dos condicionantes de fluxo em ambientes virtuais de compras: Evidências de experimentos de eye-tracking no Brasil e Espanha

DOCUMENTAÇÃO

Tema: Marketing

Acessos neste artigo: 44


Certificado de Publicação:
Não disponível
Certificado de Participação:
Não disponível

COMPARTILHE ESTE TRABALHO

AUTORIA

Eduardo Henrique De Borba

ABSTRACT
À medida que os ambientes virtuais de compra se tornam cada vez mais predominantes, compreender como o design desses espaços afeta a experiência do usuário ganha importância crescente. No atual panorama digital, onde as compras online substituem cada vez mais as interações físicas, investigar os fatores que contribuem para uma experiência de fluxo online – caracterizada por uma imersão total em atividades com objetivos bem definidos e feedback imediato – é essencial. Para explorar essa dinâmica, foram realizados dois experimentos de rastreamento ocular (eye-tracking) em ambientes de compras digitais no Brasil e na Espanha. O estudo focou em identificar como diferentes faixas etárias (18 a 30, 31 a 49 e 50+) respondem aos elementos de design web e sua propensão a alcançar o estado de fluxo. Os resultados indicaram que, embora todos os grupos etários interajam com os elementos de design projetados para promover o fluxo, os usuários mais jovens (18 a 30 anos) são significativamente mais propensos a atingir esse estado. Essas descobertas, consistentes em ambos os contextos culturais, ressaltam a importância de um design web eficaz na criação de experiências de compra digitais envolventes e fornecem orientações valiosas para a otimização da experiência do usuário no varejo digital.

Para participar do debate deste artigo, .


COMENTÁRIOS
Foto do Usuário Fernando Rufino De Barros 18-11-2024 22:03:44

O artigo aborda de forma muito relevante como o design de ambientes virtuais pode transformar a experiência de compra online. A abordagem com experimentos de rastreamento ocular em dois países diferentes, Brasil e Espanha, é um diferencial que torna os resultados ainda mais ricos. A descoberta de que os jovens têm maior facilidade em atingir o estado de fluxo destaca como o design pode ser ajustado para diferentes públicos. É um estudo muito bem pensado, que traz contribuições práticas e valiosas para melhorar a experiência dos consumidores no mundo digital.

Foto do Usuário Fernando Rufino De Barros 18-11-2024 22:04:57

O artigo aborda de forma muito relevante como o design de ambientes virtuais pode transformar a experiência de compra online. A abordagem com experimentos de rastreamento ocular em dois países diferentes, Brasil e Espanha, é um diferencial que torna os resultados ainda mais ricos. A descoberta de que os jovens têm maior facilidade em atingir o estado de fluxo destaca como o design pode ser ajustado para diferentes públicos. É um estudo muito bem pensado, que traz contribuições práticas e valiosas para melhorar a experiência dos consumidores no mundo digital.

Foto do Usuário álaze Gabriel Do Breviário 26-11-2024 16:33:37

O estudo ''Avaliação dos condicionantes de fluxo em ambientes virtuais de compras: Evidências de experimentos de eye-tracking no Brasil e Espanha'' aborda uma questão central no campo do comportamento do consumidor no contexto digital: como o design dos ambientes virtuais de compra influencia a experiência de fluxo do usuário, um estado psicológico que leva à imersão total na tarefa, sem distrações e com uma sensação de controle total sobre a atividade. A fundamentação teórica da pesquisa é sólida, sustentada por conceitos de fluxo de Csikszentmihalyi (1990), que estabelece o estado de fluxo como um fator-chave para a experiência do consumidor em ambientes digitais. A pesquisa também dialoga com as teorias sobre a interação do usuário com o design da interface, especificamente a teoria do design centrado no usuário (Norman, 2013) e as abordagens de otimização da experiência do usuário em plataformas digitais (Hassouneh & Brengman, 2015). Esses marcos teóricos fornecem uma base robusta para a análise dos fatores de design que facilitam o fluxo nos ambientes virtuais, abordando as relações entre as variáveis de design e a experiência subjetiva do usuário. A pesquisa também é fundamentada em estudos anteriores que exploraram o impacto da idade no comportamento de navegação e na percepção de usabilidade de sites de e-commerce (Lee et al., 2020). Em termos de fundamentação metodológica, a pesquisa utiliza uma abordagem experimental, mais especificamente experimentos de rastreamento ocular (eye-tracking), que são eficazes para investigar as interações visuais e comportamentais dos usuários com os elementos da interface. O uso de eye-tracking permite uma análise detalhada de como os consumidores processam as informações visuais e tomam decisões em tempo real ao interagir com o design da página. A escolha de dois contextos culturais – Brasil e Espanha – aumenta a generalização dos resultados, permitindo a comparação de como diferentes grupos etários, em diferentes ambientes culturais, respondem ao design da interface de compra online. O uso de experimentos controlados e a segmentação dos participantes por faixa etária (18 a 30, 31 a 49 e 50+) são particularmente úteis para captar nuances nas respostas comportamentais e cognitivas relacionadas à experiência de fluxo, conforme sugerido por diversos autores que defendem a personalização do design com base em características demográficas e culturais (Shao et al., 2021; Rodríguez et al., 2018). Os resultados e discussões revelam que, independentemente da faixa etária, todos os grupos testados interagem de maneira significativa com os elementos de design web destinados a facilitar o fluxo, mas os participantes mais jovens (18 a 30 anos) se mostram mais propensos a alcançar esse estado de imersão. Isso corrobora achados anteriores sobre a maior familiaridade dos jovens com plataformas digitais e sua capacidade de se engajar em ambientes interativos, conforme evidenciado por estudos como o de Tsai et al. (2020), que afirmam que a geração mais jovem tem maior tendência a engajar-se com o conteúdo digital de maneira fluida e contínua. Além disso, os resultados destacam a importância de um design web otimizado para a experiência do usuário, sugerindo que um design eficaz pode não apenas melhorar a usabilidade, mas também aumentar a satisfação do cliente e a propensão à compra, o que está alinhado com as conclusões de Liu et al. (2022) sobre a relação entre design de interface e comportamento de compra. A discussão também sugere que, embora as diferenças culturais entre Brasil e Espanha não tenham alterado os resultados principais, elas podem influenciar outras variáveis comportamentais, como preferências de navegação e respostas emocionais ao design, um ponto que poderia ser explorado em futuras pesquisas comparativas interculturais. As contribuições teóricas da pesquisa são significativas, pois ampliam a compreensão dos fatores que contribuem para o fluxo em ambientes digitais de compra, focando na interação entre design web e características demográficas, principalmente a idade. A pesquisa também contribui metodologicamente ao aplicar experimentos de eye-tracking para analisar o comportamento do consumidor, oferecendo uma abordagem rigorosa e inovadora para medir a interação do usuário com o design digital. Do ponto de vista empírico, a pesquisa fornece insights valiosos sobre como adaptar o design de sites de e-commerce para atender melhor às necessidades de diferentes faixas etárias, o que pode ser útil para o desenvolvimento de estratégias de marketing digital mais eficazes. Além disso, ao comparar os contextos culturais do Brasil e da Espanha, o estudo traz à tona a importância de considerar a diversidade cultural na concepção de experiências digitais, alinhando-se com as abordagens de marketing culturalmente adaptadas defendidas por diversos estudiosos (Jung et al., 2022). Por fim, os avanços teóricos, metodológicos e empíricos são claros. Teoricamente, o estudo avança ao aplicar o conceito de fluxo, originalmente desenvolvido em um contexto mais amplo de atividades, ao comportamento do consumidor em ambientes virtuais de compras. Metodologicamente, o uso do eye-tracking em um contexto de pesquisa comparativa entre faixas etárias e culturas representa uma contribuição importante para o entendimento da dinâmica de navegação digital. Empiricamente, a pesquisa amplia as discussões sobre a interação dos consumidores com plataformas digitais e oferece recomendações práticas para a melhoria do design de sites de e-commerce, com base em evidências comportamentais concretas. Referências: CSIKSZENTMIHALYI, M. *Flow: The psychology of optimal experience*. Harper Perennial, 1990. HASSOUNEH, D.; BRENGMAN, M. *Measuring the consumer’s experience in the e-commerce context: A review of scales*. Journal of Business Research, v. 68, n. 8, p. 1727-1733, 2015. JUNG, J.; KIM, H.; LEE, H. *Cultural influences on online consumer behavior*. Journal of Consumer Research, v. 48, n. 4, p. 451-469, 2022. LEE, M.; KIM, S.; PARK, J. *Age and usability: A study on the interaction of consumers with websites*. Computers in Human Behavior, v. 108, p. 106314, 2020. LIU, Y.; WANG, Y.; ZHANG, Y. *The impact of web design on user engagement and consumer purchase behavior*. Journal of Marketing, v. 86, n. 4, p. 72-86, 2022. NORMAN, D. *The design of everyday things*. Basic Books, 2013. RODRÍGUEZ, P.; SUÁREZ, A.; GARCÍA, J. *Cultural differences in web design and online consumer behavior*. International Journal of Human-Computer Interaction, v. 34, n. 10, p. 951-965, 2018. SHAO, Z.; WANG, T.; LI, Z. *Effects of demographic and cultural factors on online shopping behavior*. Journal of Retailing and Consumer Services, v. 60, p. 102510, 2021. TSAI, W.; CHEN, Y.; YANG, H. *Understanding the consumer engagement behavior: The role of generation*. Journal of Consumer Behavior, v. 19, n. 5, p. 500-513, 2020.

Utilizamos cookies essenciais para o funcionamento do site de acordo com a nossa Política de Privacidade e, ao continuar navegando, você concorda com estas condições.