A fundamentação teórica do artigo ''Empresas Juniores de Administração e Suas Contribuições para a Aprendizagem Experiencial dos Estudantes'' é sólida e bem alinhada ao conceito de aprendizagem experiencial proposto por Kolb (1984). A escolha de explorar a contribuição das empresas juniores (EJs) no desenvolvimento de competências práticas e no complemento à formação acadêmica reforça o papel das experiências práticas como essenciais para a formação de administradores. Kolb argumenta que a aprendizagem é um processo cíclico que envolve experiências concretas, reflexão, generalização teórica e experimentação ativa, o que se relaciona diretamente com o ambiente proporcionado pelas EJs. Além disso, a literatura contemporânea, como os trabalhos de Kolb e Kolb (2017), reforça a relevância de ambientes de aprendizagem baseados na prática para o desenvolvimento de competências adaptativas em cenários dinâmicos.
A fundamentação metodológica, caracterizada por uma abordagem qualitativa descritiva e exploratória, é apropriada para captar as percepções dos estudantes sobre suas experiências em empresas juniores. O uso de entrevistas semiestruturadas, analisadas qualitativamente por meio da análise do discurso informacional, é adequado para explorar as nuances da aprendizagem experiencial. No entanto, a pesquisa poderia se beneficiar de um detalhamento maior sobre os critérios de seleção dos participantes e as etapas de análise qualitativa, como a categorização de respostas e triangulação de dados, seguindo diretrizes como as de Braun e Clarke (2006). Além disso, a inclusão de uma abordagem mista, combinando dados qualitativos e quantitativos, poderia oferecer uma visão mais abrangente dos impactos das EJs na formação acadêmica.
Os resultados apresentados destacam três categorias principais: a contribuição das EJs para o desenvolvimento de competências, a experiência do mundo real e a relação entre a experiência na EJ e a formação em administração. Esses achados são consistentes com estudos como os de Souitaris, Zerbinati e Al-Laham (2007), que identificam que iniciativas práticas, como empresas juniores, ajudam os estudantes a desenvolver habilidades como liderança, trabalho em equipe e resolução de problemas, enquanto reforçam a aplicação da teoria em contextos reais. A pesquisa também reforça a ideia de que a experiência prática oferece uma formação mais holística e integrada, preparando os discentes para serem administradores mais eficazes e assertivos.
Os avanços teóricos, metodológicos e empíricos do artigo incluem a aplicação do modelo de aprendizagem experiencial no contexto das empresas juniores, destacando sua relevância como um componente essencial na formação prática dos estudantes de administração. Ao conectar teoria e prática, o artigo contribui para a literatura sobre métodos pedagógicos inovadores e sua aplicação em cursos de gestão. Para maximizar o impacto, o estudo poderia propor frameworks ou modelos que detalhem como as EJs podem ser estruturadas para otimizar a aprendizagem experiencial, além de sugerir métricas para avaliar o impacto dessas experiências na empregabilidade e no desempenho profissional dos estudantes.
### Referências
BRAUN, Virginia; CLARKE, Victoria. Using thematic analysis in psychology. *Qualitative Research in Psychology*, v. 3, n. 2, p. 77-101, 2006. Abingdon.
KOLB, David A. *Experiential learning: Experience as the source of learning and development*. Prentice Hall, 1984. Englewood Cliffs.
KOLB, Alice Y.; KOLB, David A. Experiential learning theory as a guide for experiential educators in higher education. *ELTHE: A Journal for Engaged Educators*, v. 1, n. 1, p. 7-44, 2017. Athens.
SOUITARIS, Vangelis; ZERBINATI, Stefania; AL-LAHAM, Andreas. Do entrepreneurship programmes raise entrepreneurial intention of science and engineering students? The effect of learning, inspiration and resources. *Journal of Business Venturing*, v. 22, n. 4, p. 566-591, 2007. Amsterdam.