Efeitos do Tamanho e dos Estágios do Ciclo de Vida no Desempenho das Empresas Brasileiras

DOCUMENTAÇÃO

Tema: Contabilidade

Temas Correlatos: Contabilidade;

Acessos neste artigo: 37


Certificado de Publicação:
Não disponível
Certificado de Participação:
Não disponível

COMPARTILHE ESTE TRABALHO

AUTORIA

Jociane Trindade Fróes Dos Santos , Luiz Claudio Louzada

ABSTRACT
Esta pesquisa investiga quais os efeitos específicos e combinados dos estágios do ciclo de vida e do tamanho no desempenho das empresas. Foram analisadas empresas, não financeiras, de capital aberto listadas na bolsa de valores do Brasil no período de 2001 a 2023. Os estágios do ciclo de vida foi baseando-se na classificação dos sinais dos fluxos de caixa da Dickinson (2011), combinados com o tamanho (Egbunike et al. 2018 e Kioko, 2013), provocam no desempenho das empresas.  Esta pesquisa seguindo Yazdanfar e Öhman (2014) adotam com medidas de desempenho: o desempenho operacional (ROA), o crescimento das empresas (CRES) e segundo e Zhao e Xiao (2019) a medida de restrição financeira (REST). As hipóteses foram testadas utilizando o método dos Mínimos Quadrados Ordinários (MQO) controlando os efeitos fixos de ano e empresa. Os resultados deste estudo revelam que as empresas apresentam um ROA melhor nos estágios de crescimento e maturidade. Já as empresas maiores têm ganho em escala, mas esses ganhos tendem a se perder com passar do tempo em comparação com as empresas menores. Para as grandes empresas o crescimento é desacelerado e as menores têm um crescimento maior. Já as empresas nos estágios crescimento e maturidade são menos restritas do que as empresas nos outros estágios. As empresas na maturidade, comparadas com a turbulência elas tem menos restrição financeira. O efeito moderador da maturidade e tamanho, comparado com a turbulência, minimiza os efeitos na restrição financeira. Os resultados deste estudo oferecem evidências empíricas no ambiente das empresas brasileiras identificando aos diversos stakeholders, contribuindo para verificar em qual estágio do ciclo de vida a empresa pode apresentar um melhor desempenho. Os resultados empíricos contribuem tanto para a compreensão acadêmica quanto prática sobre o desempenho das empresas em cada estágio do ciclo de vida. Juntando-se a literatura anterior este estudo propõe enriquecer o debate sobre o efeito combinado dos estágios do ciclo de vida e do tamanho no desempenho das empresas contribuindo para desenvolvimento da teoria e para avanços nos campos da contabilidade, finanças e administração.

Palavras-chave: Ciclo de vida; Tamanho; Desempenho das empresas. 

Para participar do debate deste artigo, .


COMENTÁRIOS
Foto do Usuário álaze Gabriel Do Breviário 26-11-2024 20:22:38

O artigo ''Efeitos do Tamanho e dos Estágios do Ciclo de Vida no Desempenho das Empresas Brasileiras'', de Jociane Trindade Fróes Dos Santos e Luiz Claudio Louzada, investiga os efeitos combinados do tamanho das empresas e dos estágios do ciclo de vida no seu desempenho financeiro. A fundamentação teórica do estudo é ancorada em teorias clássicas de ciclo de vida organizacional, conforme a classificação dos fluxos de caixa de Dickinson (2011), além das contribuições de Egbunike et al. (2018) e Kioko (2013) sobre o impacto do tamanho das empresas no desempenho. As abordagens de Yazdanfar e Öhman (2014), que tratam do desempenho operacional, crescimento e restrição financeira, complementam a estrutura teórica do estudo, fornecendo um sólido quadro conceitual para analisar os efeitos do ciclo de vida e do tamanho no desempenho das empresas brasileiras. A fundamentação metodológica, centrada no uso do método dos Mínimos Quadrados Ordinários (MQO), oferece uma robusta abordagem quantitativa para testar as hipóteses formuladas pelos autores. O controle de efeitos fixos de ano e empresa permite que o estudo minimize os vieses associados à variabilidade temporal e individual das empresas analisadas. No entanto, a escolha do MQO poderia ser complementada com outras técnicas de análise estatística, como modelos de efeitos aleatórios ou métodos de painel dinâmico, para fornecer uma análise mais detalhada sobre as relações causais entre as variáveis e explorar os efeitos ao longo do tempo de forma mais aprofundada. Essas opções metodológicas são discutidas por Arellano e Bond (1991), que ressaltam a importância de métodos que consideram a dinâmica temporal nas análises de painel. Os resultados do estudo revelam que as empresas em estágios de crescimento e maturidade apresentam um desempenho operacional superior (medido pelo ROA), evidenciando que a estabilidade e a experiência proporcionadas pelos estágios mais avançados do ciclo de vida organizacional contribuem para a melhoria da eficiência operacional. Esses achados estão alinhados com as conclusões de Zhao e Xiao (2019), que também observaram que as empresas maduras são mais eficientes em termos de gestão de fluxo de caixa e alavancagem operacional. No entanto, o estudo revela que, em termos de crescimento, as empresas menores experimentam um crescimento mais rápido comparado às empresas maiores, o que sugere que as grandes corporações enfrentam desafios de diminuição das taxas de crescimento devido ao tamanho e à complexidade organizacional, uma perspectiva já observada por Penrose (1959) e discutida por Ghemawat (2001) em suas teorias sobre as limitações do crescimento corporativo. Outro ponto relevante observado é que as empresas maiores, apesar de usufruírem de ganhos em escala, enfrentam uma desaceleração no crescimento à medida que se tornam mais estabelecidas. Isso reflete o conceito de economias de escala limitadas, um tema explorado por Williamson (1981) em suas análises sobre o custo da organização e a ineficiência de grandes corporações. No que tange à restrição financeira, o estudo destaca que as empresas nos estágios de crescimento e maturidade são menos restritas financeiramente, corroborando a ideia de que essas empresas possuem maiores fontes de financiamento e menores riscos de crédito, conforme evidenciado por Yazdanfar e Öhman (2014). As contribuições do artigo para a literatura são significativas, pois fornecem evidências empíricas sobre os efeitos combinados do tamanho e do estágio do ciclo de vida no desempenho das empresas brasileiras. Esses achados são de grande importância para os stakeholders (investidores, analistas financeiros e gestores), pois ajudam a identificar em quais estágios as empresas têm um desempenho superior, auxiliando na tomada de decisões estratégicas. Além disso, o estudo amplia o debate acadêmico sobre os efeitos dos ciclos de vida organizacionais e estruturas de capital no desempenho, conforme proposto por Jovanovic (1982) e Hannan e Freeman (1984), ao associar o tamanho organizacional a diferentes formas de gestão financeira e operativa. Em termos de avanços teóricos, o artigo contribui para o desenvolvimento da teoria do ciclo de vida organizacional, especialmente ao combinar essa teoria com o conceito de tamanho das empresas. O estudo também propõe novos caminhos para a pesquisa futura, sugerindo a realização de análises mais específicas sobre os efeitos dos ciclos de vida e do tamanho em outros contextos e tipos de empresas, o que poderia enriquecer ainda mais o debate acadêmico e a compreensão prática sobre o desempenho empresarial. Referências: ARELLANO, M.; BOND, S. (1991). Some Tests of Specification for Panel Data: Monte Carlo Evidence and an Application to Employment Equations. Review of Economic Studies, 58(2), 277-297. EGBUNIKE, C.; IGBOKWE, F.; ADESINA, O. (2018). The Influence of Firm Size on Performance: Evidence from the Nigerian Banking Sector. International Journal of Financial Research, 9(1), 63-72. GHEMAWAT, P. (2001). Distance Still Matters: The Hard Reality of Global Expansion. Harvard Business Review, 79(8), 137-147. HANNAN, M. T.; FREEMAN, J. (1984). Structural Inertia and Organizational Change. American Sociological Review, 49(2), 149-164. JOVANOVIC, B. (1982). Selection and the Evolution of Industry. Econometrica, 50(3), 649-670. PENROSE, E. (1959). The Theory of the Growth of the Firm. Oxford: Oxford University Press. WILLIAMSON, O. (1981). The Economics of Organization: The Transaction Cost Approach. American Journal of Sociology, 87(3), 548-577. YAZDANFAR, D.; ÖHMAN, P. (2014). Profitability, Growth and Firm Size: Evidence from Sweden. International Journal of Managerial Finance, 10(3), 330-348. ZHAO, X.; XIAO, H. (2019). Financial Constraints and Firm Performance: Evidence from Chinese Manufacturing Firms. Journal of International Financial Management & Accounting, 30(2), 195-217.

Utilizamos cookies essenciais para o funcionamento do site de acordo com a nossa Política de Privacidade e, ao continuar navegando, você concorda com estas condições.