ABSTRACT

A sustentabilidade do solo pode ser monitorada através da análise da qualidade do solo, desde que os indicadores selecionados sejam capazes de refletir seu funcionamento com viabilidade técnica e econômica. Este estudo aplicou dois índices de qualidade do solo (IQS) em áreas sob sistema convencional de cana-de-açúcar (Saccharum spp.), sendo a mata nativa o referencial de equilíbrio. A seleção dos indicadores priorizou a função de crescimento da cultura em Latossolo Vermelho (LV), Nitossolo Vermelho (NV) e Argissolo Vermelho (PV). O IQS1 incluiu indicadores quantitativos: matéria orgânica, CTC, fósforo, potássio, saturação por alumínio, pH, textura e condutividade hidráulica; e IQS2, com indicadores qualitativos: cor, estrutura, consistência, presença de raízes e canais biológicos. Os índices foram calculados com a equação: IQS = ? W*I, onde W é o peso do indicador e I a nota atribuída. Os resultados mostraram que o IQS 1 foi mais alto em LV sob cana-de-açúcar, e mais baixo em NV. Já o IQS 2 revelou que a mata nativa teve o melhor desempenho, seguida pela cana-de-açúcar em LV, enquanto NV teve o menor índice. A classe de solo não se mostrou como fator determinante nos resultados, indicando que solos da mesma classe não apresentaram índices semelhantes. Ambos os índices apontaram melhor desempenho médio na sequência LV > PV > NV. Conclui-se que o IQS 1 pode ser limitado pela necessidade de análises específicas, enquanto o IQS 2, de análise visual, mostrou-se acessível e prático. Destaca-se a complementaridade dessas metodologias, favorecendo o diagnóstico da sustentabilidade do solo.