ABSTRACT

A extensão universitária prescinde, comumente, de ser realizada de forma presencial. Porém, o surgimento da pandemia da COVID-19 impôs aos(às) extensionistas o desafio de trabalhar as atividades de forma remota, sem a presença física das pessoas, devido à necessidade de isolamento social, o que não deve significar perda de qualidade na execução das atividades realizadas. No mínimo, a qualidade de trabalho de extensão precisa ser mantida, pois acarreta um desafio descomunal, verdadeiramente difícil, mas não impossível, sobretudo para extensionistas que não têm afinidade com recursos de tecnologia digital e fazem extensão presencial há muito tempo. Os recursos didático-pedagógicos e a estrutura total de trabalho precisaram ser alterados. A preparação para essa transformação não foi realizada em tempo tão hábil quanto planejávamos ser efetivamente necessário. A questão do acesso à educação remota, entretanto, foi o ponto nevrálgico desse período. Observou-se que a situação de vulnerabilidade socioeconômica impactou sobremaneira e dificultou o trabalho educacional. E, mesmo em alguns momentos, os sistemas de ambiente virtual de aprendizagem travam, dificultando a execução das aulas on-line, conforme planejado anteriormente. Pode-se concluir que foram possibilitados, através de ações ajustadas às realidades e necessidades do público-alvo, recursos didático-pedagógicos acessíveis, e disponibilizados conteúdos, além de equipe executora multidisciplinar (composta por estudantes de graduação e de pós-graduação, docentes, voluntários, coletivos sociais e líderes comunitários) com experiência prática em extensão, a fim de que a crença no empreendedorismo social e tecnológico funcione à medida que se alie o empoderamento das populações negras à geração de emprego e renda. A atividade de extensão universitária contribuiu, portanto, para a melhoria da qualidade na formação da área de ciências sociais aplicadas, em ambiente virtual de aprendizagem neste Semestre Letivo Suplementar (SLS) para os/as estudantes, ao lidarem com realidades concretas, e pela troca de saberes populares e acadêmicos.as dificuldades apresentadas no referido componente curricular. As dificuldades se devem ao acesso de tecnologia que já se verificava aos mais vulneráveis socioeconomicamente, que são em sua maioria negras/negros. Portanto, o fato preponderante de que nem todos os(as) estudantes têm acesso a um computador com internet foi um real dificultador educacional o que se evidenciou como a necessidade de políticas públicas adequadas a realidade do público-alvo.