Pinheiro, Bemvindo e De Lima (2023), o artigo de vocês foi bem redigido e conduzido.
A formatação dele fugiu ao padrão do CONVIBRA, não inseriu o logotipo de evento, os autores, o resumo e as palavras-chave em língua estrangeira (tem em língua vernácula). Mas, se bem me lembro, havia uma parte do site do evento que dizia que a formatação era livre quanto à estrutura e normas técnicas (ABNT, APA, Vancouver, etc.). Tanto é que segui a ABNT para elaboração de todos os meus trabalhos (ao todo inscrevi 16, dos quais 6 foram aprovados e selecionados para apresentação), segui estrutura padrão que uso em revistas e periódicos científicos, e inseri o logotipo do evento em todos eles, seguindo instruções dos avaliadores. Enfim, deixo apenas como LEMBRETE aqui, para que vocês refinem a forma de apresentação de seus trabalhos no próximo CONVIBRA, ou outros eventos científicos.
O dado de que 2,5 bilhões de pessoas (31,25% da população mundial) ''consomem comida de rua diariamente, representando um fenômeno cultural, social e econômico intimamente ligado com a urbanização'' (PINHEIRO; BEMVINDO; DE LIMA, 2023, p. 1) confere com a literatura científica da temática e com a realidade que observamos sobretudo nas regiões metropolitanas brasileiras e estrangeiras. Quando morei em São Paulo capital, por exemplo, durante um ano e meio, eu conheci de perto a extensa rede socioassientencial da Grande SP, que inclui suas casas de acolhidas, albergues, CRAS, CREAS, instituições de longa permanência (antigos asilos), instituições de acolhimento para crianças e adolescentes (antigos orfanatos), as denominadas ''bocas de rango'', que são os locais exatos onde, na Grande SP, são servidas milhões de refeições por dia à população de rua, ou análoga à de rua; bem como suas conexões com a saúde (UBSs, hospitais, clínicas particulares, farmácias, centros cirúrgicos, etc.), com a educação (escolas, cursos ténicos ou profissionalizantes, faculdades, universidades, bibliotecas, etc.), com o trabalho (agências de trabalho/emprego, tanto públicas quanto privadas). Eu tive que morar no Arsenal da Esperança, maior centro de acolhida latinoamericano, de 2014 a final de 2015, período esse em que trabalhei em três empresas do ramo de BPM e telemarketing, e duas empresas do ramo de limpeza, asseamento e conservação; foi nesse período também que eu cursei meu primeiro MBA em Finanças e Controladoria, na UBC, em um pólo bem no centro da capital paulista. Essa trajetória nessa época me mostrou de forma totalmente explícita a demasiada discrepância entre o mais baixo e o mais alto patamar socioeconômico, que visualizamos ali o dia todo, e na mesma calçada: enquanto vemos os(as) granfinos(as) engravatados/bem vestidas, andando com seus adornos luxuosos (relógios caros, calçados xiques, com perfumes importados, roupas muito caras, etc.), carrões de luxo/de marca, falando idiomas estrangeiros e construindo parcerias de negócios em pleno dia e ao vivo, por outro lado vemos os(as) moradores(as) de rua, caídos(as) na calçada, sujos(as), discriminados(as), muitas vezes com animais domésticos e filhos(as) magrinhos(os), famintos e descuidados de sua saúde psíquica, espiritual e social. Infelizmente essa realidade é assustadora; mas é o que vemos nos grandes centros urbanos e metropolitanos. Eu lembro que até fiz pesquisas naquela época nas bibliotecas da Mackenzie, onde eu costumava frequentar, sobre essa mesma realidade em outras metrópoles, e encontrei trabalhos que a identificaram em BH, no DF, em NY, em Berlim, em Roma (onde tem uma verão do Arsenal da Esperança), na capital da Jordânia (onde também tem uma versão do Arsenal da Esperança), e muitas outras metrópoles brasileiras e estrangeiras. Então, esse trabalho de vocês realmente se coaduna não somente com a literatura científica da temática, mas também com a realidade que observamos no dia a dia.