ABSTRACT

A pauta ESG é o norte do mercado no momento. Empresas que não se comprometem com a agenda que trata de questões ambientais, sociais e de governança estão com os dias contados. Investidores de todo planeta estão atentos a movimentações nesse sentido, buscando alocar recursos em corporações que estejam trabalhando para implementar práticas nesses três pilares, de forma ágil e assertiva. Se a letra ''E'' da sigla é assunto nos mercados há tempos, com a temática do carbono e dos gases do efeito estufa, o ''S'' ainda caminha a passos lentos. Ações isoladas são feitas, ainda com muito receio e sem muita segurança. Num país onde, segundo dados do IBGE, 56% da população é formada por pessoas negras, tratar de questões sociais sem falar em aspectos de raça, é como fechar os olhos para um passado recente de quase 400 anos de escravidão. Uma memória presente, que segue se desdobrando e atuando, às vezes de forma silenciosa, às vezes de maneira escrachada, mas com marcadores vívidos, que relegam às pessoas negras, ainda hoje, os cargos mais subalternizados da sociedade brasileira. Como podem as empresas, agora pressionadas a atuarem com a agenda ESG, agir nesse sentido? O que devem fazer para reduzir desigualdades e abrir as portas do mercado de trabalho, olhando para profissionais negros e negras, a partir de novas visões, que fomentem mais a inclusão e menos o descaso?