PRINCIPAIS FATORES ENVOLVIDOS NA INCIDÊNCIA DO TRANSTORNO DO ESPECTRO AUTISTA: UMA REVISÃO DE LITERATURA INTEGRATIVA

DOCUMENTAÇÃO

Tema: Saúde da Criança e do Adolescente

Temas Correlatos: Saúde da Criança e do Adolescente;

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AUTORIA

Dhyeillen Ayllen Weber , Camila Vasquez Barros , Maria Fernanda Boehm Piovezan , Mariana Santana Dos Santos Giolo , Paula Helena De Almeida Gattass Bumlai

ABSTRACT
Introdução: O transtorno do Espectro Autista (TEA) é um distúrbio do neurodesenvolvimento reconhecido por um desenvolvimento atípico, com manifestações comportamentais e prejuízo na comunicação social, apresentando movimentos estereotipados e restritivos e uma apresentação clinica heterogênea. Os transtornos autistas são diagnosticados por volta de 4 anos de idade e duram a vida inteira dos indivíduos. Embora as causas sejam desconhecidas, foi observado que o pré-natal pode influenciar e que fatores genéticos estão envolvidos, juntamente a exposição de fatores ambientais. Diante disso, há a necessidade de análise dos dados epidemiológicos acerca do assunto para melhor compreensão etiologia deste transtorno.
Objetivo: Compreender as possíveis causas envolvidas no desenvolvimento do Transtorno do Espectro Autista.
Metodologia: Trata-se de uma revisão integrativa de literatura, em que o levantamento das literaturas se obteve a partir da base de dados PubMed e Cochrane Library, sendo utilizados os descritores “Transtorno do Espectro Autista”, “Incidência” e “Brasil”, com análise dos artigos entre os anos de 2012 e 2022. Como instrumento de análise e coleta de dados foram utilizadas tabelas com informações como título, ano de publicação, autor do estudo, tipo de estudo, amostra e resultados dos estudos por autor.
Resultados: A maioria das associações de concentrações médias de biomarcadores de ftalato com TEA foi nula. Níveis elevados de IL-6 e outras citocinas inflamatórias foram encontradas no sangue de indivíduos com TEA. Dentre os transtornos, depressão e esquizofrenia foram os mais prevalentes nas famílias. Os fatores de exposição ambiental durante a gestação e a genética podem contribuir para a vulnerabilidade do TEA. Houve fraca associação de uso de antidepressivos na gravidez com TEA. Glutamato sérico aumentado em adultos autistas.
Discussão: Os estudos analisados indicam que os ftalatos não demonstram associação significativa com TEA, porém resultados revelam que o uso de vitaminas pré-natais no primeiro mês de gravidez apresentou risco reduzido no desenvolvimento de TEA. Além disso, foram relatados desequilíbrios do sistema imunológico no TEA, tendo influência dos componentes adicionais da cascata do complemento, da interleucina 6, das células T e natural killers e também a presença de auto-anticorpos contra células endoteliais cerebrais. Alguns estudos ainda apontam associação do TEA com genes presentes no cromossomo 6, como o complexo HLA, apresentando aumento na expressão de moléculas HLA-DR na superfície de linfócitos no soro de pacientes autistas. Ademais, o transtorno parece estar relacionado com história de depressão e esquizofrenia entre os familiares, além de que a taxa de idade avançada dos pais (? 35 anos) no momento da concepção também está relacionada com o desenvolvimento de TEA. Por outro lado, o uso de antidepressivos pré-natais não apresentou risco de desenvolver o transtorno, assim como nenhuma diferença significativa para tGSH plasmático ou tGSH eritrocitário foi relatada para TEA. Diante desse cenário, é possível entender a importância de reconhecer os principais fatores envolvidos no desenvolvimento de TEA, para que seja realizado um diagnóstico precoce com combate a agravos preveníveis. 
Conclusão: Essa revisão integrativa demonstra que embora não se conheça a exata patogenia do autismo, tem-se fatores genéticos, ambientais e imunológicos envolvidos. Entretanto, ainda são poucos estudos disponíveis para análise das possíveis causas do Transtorno do Espectro Autista, deixando evidente a necessidade de mais pesquisas que abordem a etiologia, pois assim seria possível um diagnóstico precoce e uma intervenção prévia.
Palavras chave: Transtorno do Espectro Autista; Incidência; Brasil
Referências: 
1.	ARAUJO, Jessica Salvador Areias de; DELGADO, Isabella Fernandes; PAUMGARTTEN, Francisco José Roma.  Antenatal exposure to antidepressant drugs and the risk of neurodevelopmental and psychiatric disorders: a systematic review. Cadernos de Saúde Pública, Rio de Janeiro, 31 jan. 2020. Disponível em: https://www.scielo.br/j/csp/a/Sc6fRCwJwj9GbbMNLBQt98c/?lang=en. Acesso em: 24 jul. 2022.
2.	FREITAS, Beatriz C. et al. Modeling Inflammation in Autism Spectrum Disorders Using Stem Cells. Front Pediatr, Suíça, 12 dez. 2018. Disponível em:  https://pubmed.ncbi.nlm.nih.gov/30619789/. Acesso em: 24 jul. 2022.
3.	MAIN, Penelope A. E. et al. The potential role of the antioxidant and detoxification properties of glutathione in autism spectrum disorders: a systematic review and meta-analysis. Nutr Metab, Londres, 24 abr. 2012. Disponível em: https://pubmed.ncbi.nlm.nih.gov/22524510/. Acesso em: 24 jul. 2022.
4.	REIS, Viviane Neri de Souza et al. Environmental Influences Measured by Epigenetic Clock and Vulnerability Components at Birth Impact Clinical ASD Heterogeneity. Genes (Basel), Suíça, 17 set. 2021. Disponível em: https://pubmed.ncbi.nlm.nih.gov/34573415/. Acesso em: 24 jul. 2022.
5.	SHIN, Hyeong-Moo et al. Prenatal exposure to phthalates and autism spectrum disorder in the MARBLES study. Environ Health, Londres, 5 dez. 2018. Disponível em:  https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC6280477/#. Acesso em: 24 jul. 2022.

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