Acurácia da informação on-line sobre COVID-19: avaliação do conteúdo circulado em uma comunidade on-line no Facebook
AUTORIA
Mariane Amaral Pereira , Leticia Barbosa
ABSTRACT
As comunidades on-line de saúde (COS) têm se destacado enquanto um dos principais espaços que permite o acesso e o compartilhamento de informações sobre saúde (PEREIRA NETO et al., 2021). No entanto, se informação acessada nas comunidades on-line estiver incorreta, ilegível ou mesmo incompleta, pessoas podem não entender um conteúdo de interesse ou sofrer com a desinformação. Ademais, podem ter seu bem-estar e sua tomada de decisão prejudicados (PEREIRA NETO; PAOLUCCI, 2021). Ao considerar o contexto da pandemia de COVID-19, observa-se um elevado grau de desinformação acerca da doença (PEREIRA NETO et al., 2021). Diante desse cenário, nosso estudo teve como objetivo avaliar o nível de acurácia das informações circulantes na comunidade on-line chamada “EU JÁ TIVE COVID-19”, da plataforma de rede social Facebook. Quanto à metodologia, a primeira etapa da pesquisa consistiu na sistematização das postagens e comentários publicados em uma COS sobre COVID-19 durante o período de novembro de 2021 a janeiro de 2022. Em seguida, foi realizada uma análise temática do material (BRAUN; CLARKE, 2006), com o intuito de mapear os principais temas sobre COVID-19 compartilhados e debatidos no grupo. Posteriormente, foi construída uma ferramenta para avaliar a acurácia da informação on-line sobre a doença. Notou-se que 34,3% das informações avaliadas – cerca de um terço do conteúdo circulado na COS – não tinham correspondência com os dados sobre COVID-19 disponíveis no DynaMed. Dessa forma, ao avaliar a acurácia da informação sobre COVID circulada em uma COS, observamos que as informações circuladas, no período analisado, apresentou qualidade variável, com conteúdos divergentes das evidências científicas disponíveis ou propositalmente falsos. Nesse viés, participantes podem estar expostos a um certo grau de desinformação no ambiente on-line. Por fim, isto pode estar relacionado, também, à circulação de conhecimento experiencial em comunidades on-line, o qual não pretende estar baseado necessariamente na ciência, mas na própria vivência do indivíduo (PEREIRA NETO et al, 2020).
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