SIMULAÇÃO NA COMUNICAÇÃO DE NOTÍCIAS DIFÍCEIS EM HIV/AIDS: SATISFAÇÃO E AUTOCONFIANÇA DE ESTUDANTES DE ENFERMAGEM
DOCUMENTAÇÃO
Tema: Saúde e Tecnologia da Informação e Comunicação
Temas Correlatos: Saúde do Adulto e Idoso;
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AUTORIA
Yasmin Ramos Camuí , Adriana Maria Da Silva Felix
ABSTRACT
Introdução: Apesar dos avanços na prevenção e no manejo clínico do HIV/aids, a revelação do diagnóstico de HIV ainda afeta profundamente a vida do usuário, podendo ser considerada uma comunicação de notícia difícil. A simulação clínica com paciente padronizado - pessoa treinada para atuar como paciente em um cenário clínico – tem sido uma das estratégias de ensino-aprendizagem mais utilizadas para o ensino da comunicação de notícias difíceis. Tal ferramenta pedagógica proporciona a imersão numa experiência autêntica, dentro de um ambiente seguro e controlado, auxiliando na consolidação do conhecimento e das habilidades comunicacionais por meio de vivências práticas com diferentes graus de complexidade, considerando a especificidade de um determinado tema. Estudos internacionais evidenciam que profissionais e estudantes que fazem treinamento sobre o estigma do HIV demonstram atitudes menos estigmatizantes. Ademais, a Organização Mundial de Saúde (OMS) ressalta que a educação baseada em simulação melhora o conhecimento, a satisfação, a autoconfiança e as habilidades comunicacionais dos profissionais e dos estudantes de enfermagem. Objetivo: identificar a satisfação e a autoconfiança de estudantes de enfermagem após participação num cenário simulado sobre comunicação de notícias difíceis relacionadas à infecção pelo HIV/AIDS. Método: estudo exploratório e descritivo, realizado com estudantes do terceiro ano do curso de Enfermagem de uma instituição de ensino superior privada em São Paulo, Brasil. Os dados foram coletados de mar/2019 a jun/2021. Para a coleta de dados utilizou-se a escala de Satisfac?a?o de Estudantes e Autoconfianc?a na Aprendizagem, criada pela National League for Nursing, traduzida, adaptada e validada para o Brasil. Os dados foram analisados por estatística descritiva. Resultados: 59 estudantes participaram da pesquisa, sendo a maioria do sexo feminino (57; 96,7%) com idade média de 26 anos (mín 25; máx 29; DP=3). Relataram elevada satisfação (mediana= 4,0) e autoconfiança (mediana=4,5) com a estratégia simulada. Conclusão e implicação para a prática de enfermagem: sugere-se a utilização de cenário simulado sobre comunicação de notícias difíceis na infecção pelo HIV para fomentar as mudanças de atitude e comportamento dos estudantes em suas futuras experiências profissionais. Resultados: Os resultados revelaram elevados níveis de satisfação e autoconfiança com a estratégia proposta, o que traz otimismo em adensar a simulação de comunicação de notícias difíceis como uma atividade pedagógica recorrente no ensino do tema enfermagem em doenças transmissíveis. São limitações do estudo a amostragem por conveniência, o baixo número de participantes e o fato da estratégia ter sido realizada em apenas uma IES, o que dificulta a generalização dos resultados. Pesquisas futuras são necessárias para compreendermos em que medida o impacto da simulação de notícias difíceis no contexto da infecção por HIV pode repercutir na prática clínica, no que se refere, principalmente, à percepção do usuário/ paciente.
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