ABSTRACT

Este trabalho discute a temática pobreza menstrual e a promoção da saúde. As cidades são espaços de grandes contrastes e, para muitos sujeitos, ambiente de desigualdades e adversidades. A população em situação de rua vem crescendo, caracterizada pela falta de renda, moradia regular, extrema vulnerabilidade e exclusão social. O aumento das mulheres em situação de rua é um fator preocupante e um assunto raramente discutido, embora elas enfrentem perigos e dificuldades, potencializados pelo pertencimento de gênero. Conseguir sobreviver na rua e, ao mesmo tempo, lidar com suas diferenças fisiológicas, em especial, o período menstrual, exige dessas mulheres constantes desafios. Compreendeu-se que a dificuldade de realizar a higiene íntima, ausência de absorventes e falta de acesso a locais com recurso mínimo de saneamento básico são fatores que implicam em danos diretos a sua saúde. Neste estudo descritivo, de abordagem quali-quantitativa, a partir de entrevistas, dentro dos preceitos da história oral, com mulheres que são atendidas no programa Consultório de Rua, na cidade de Maringá-PR, propomos identificar práticas de cuidado em saúde produzida por mulheres em situação de rua. Concluiu-se a necessidade de estratégias que promovam uma reflexão e discussão para a promoção em saúde da mulher em vulnerabilidade social que enfrentam a pobreza menstrual.
Palavras chave: Mulheres em situação de rua; Menstruação; Promoção da Saúde; Políticas Públicas.