A medicalização nas Infâncias

DOCUMENTAÇÃO

Tema: Infância, juventude e clínica

Temas Correlatos: Mal-estar contemporâneo e impasses na educação;

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AUTORIA

Raquel Nascimento Pinheiro

ABSTRACT
As dificuldades de aprendizagem que surgem durante o desenvolvimento são fatores que levam o encaminhamento de crianças a um serviço especializado. Quando esses encaminhamentos resultam em diagnósticos relacionados a um transtorno por comportamentos que não se enquadram no que é esperado, pode haver a medicalização, processo de transformar os fenômenos sociais, psicológicos, educacionais, pedagógicos e culturais em problemas tratados por médicos e psiquiatras, considerados doenças ou transtornos. Os psicofármacos têm sido considerados uma maneira mais prática de lidar com a situação que surge no ambiente escolar ou pelos comportamentos desviantes. Por exemplo, um estudo do Instituto de Medicina Social da UERJ, o consumo do metilfenidato aumentou 775% entre crianças e adolescentes em dez anos. Esse tipo de intervenção não seria uma ferramenta para tamponar problemas estruturais da sociedade? Práticas como estas, fazem parte do avanço civilizatório, assim como alguns avanços discutidos por Freud em “O mal-estar na civilização”, designando a palavra “civilização” como a inteira soma das realizações e instituições que diferenciam a nossa vida daquela de nossos antepassados animais. O sofrimento faz parte dos avanços do processo civilizatório, mas é pertinente pensar se as dificuldades relacionadas às práticas pedagógicas, as questões do aprendizado, da relação da criança com seu cuidador, não estariam sendo transformadas em um problema, em uma patologia, fruto de um sintoma contemporâneo da sociedade. O objetivo é discutir a medicalização na clínica com crianças e traz a necessidade de pensar em formas de intervenção independentes do ato de diagnosticar e medicamentar. Esse tema se justifica por alertar a comunidade acadêmica, científica, profissional da crescente e preocupante medicalização da vida infantil. Este trabalho considera a infância e sua pluralidade, procurando discutir a diversidade das infâncias, sem a necessidade de classificá-la entre normal e anormal.

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