O ENSINO PARA O ALUNO COM DEFICIÊNCIA COMO SINTOMA DE UMA EDUCAÇÃO PARA O ALUNO IDEAL
AUTORIA
Klebia Souza Araujo
ABSTRACT
Alguns pesquisadores ao falar sobre inclusão e inserção dizem que inclusão significa que o aluno se torna parte do contexto educacional e a inserção é apenas o ato do aluno ser matriculado e frequentar regularmente uma escola. Sendo assim, a separação proporcionaria a frequência dessas crianças nas instituições de ensino, mas o processo de inclusão não seria trabalhado, pois continuaria a haver divisão dos potencialmente capazes e dos incapazes. No decorrer dos anos, o cenário educacional passou por mudanças significativas no intuito de incluir estudantes com necessidades específicas. A Declaração de Salamanca que afirma o direito à educação de cada indivíduo, e traz a ideia de equidade e a educação para todos nas escolas, é um exemplo de destaque. Com respeito a isso, as palavras de Le Gaufey (2018) ao dizer que “a dinâmica própria fraturou esse mundo clássico...” fazem sentido, pois as mudanças trouxeram a ruptura do modelo tradicional de ensino e do aluno ideal. O homem em sua razão se organiza em grupos específicos, cria padrões e determina status. Esse pensamento gera a discriminação e exclusão, contribuindo para o pensamento de que apenas os iguais conforme os padrões são aceitos pela sociedade. O desrespeito leva a exclusão que resulta na marginalização dos desiguais. Observa-se que ocorre no cenário atual iniciativas que podem minar a vida cultural de alguém por meio de medidas que formalizam que o ensino a crianças com deficiência deve ser separado dos alunos sem deficiência. A situação lembra o mesmo processo de exclusão no passado onde os deficientes eram desprezados e o tratamento direcionado a eles não era dos mais cuidadosos. Ainda hoje, o desprezo gerado pelo preconceito perpetua-se como o sintoma das ações desumanas feitas no passado. O modelo do aluno ideal continua norteando o alcance dos objetivos dos profissionais nas instituições de ensino.
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