A importância do brincar e o instrumental IRDI
DOCUMENTAÇÃO
Tema: Infância, juventude e clínica
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AUTORIA
Larissa J. R. Paula Cagnani
ABSTRACT
Este trabalho objetiva discutir a importância do brincar para a constituição subjetiva dos bebês. O brincar apresenta um caráter de produção e processo, através dele a criança constrói laço e organiza suas experiências subjetivas. O brincar promove acesso à intersubjetividade e caracteriza-se como um sinalizador fundamental na identificação de entraves no processo constitutivo do bebê. Dessa forma, as demandas que se apresentam para os adultos cuidadores de bebês são das mais singulares, pois, durante os cuidados com este, a mãe e os demais precisam cuidar do corpo da pequena criança para além da satisfação das necessidades, se faz necessário antecipar um sujeito e investir pulsionalmente neste bebê, através de brincadeiras amorosas. Atualmente, os bebês entram nas creches muito cedo e dependem de um cuidado singular exercido também nesses espaços que são extensões do ambiente materno e familiar. No entanto, pesquisas revelam que há pouco investimento dos profissionais da educação em um cuidado singularizado, que leve em conta a demanda de cada bebê e que introduza brincadeiras, atividades lúdicas e experiências prazerosas entre cuidador e bebê. Nesse sentido, a professora não é “seduzida” pelos bebês, não se deixando tomar pelo demanda desses, como um possível objeto libidinal. Esse aspecto pode ser associado à ausência do terceiro tempo do circuito da pulsão. Dessa forma, compreendemos que o brincar está associado à constituição subjetiva e constrói caminhos para a emergência do sujeito. Por fim, destacamos a importância de o brincar ser acrescido aos Indicadores Clínicos de Referência para o Desenvolvimento infantil como um eixo específico, contribuindo para o aprimoramento do trabalho desenvolvido nas creches e para a prevenção em saúde mental.
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