Construção de um espaço de escuta para vestibulandos durante a pandemia de COVID-19

DOCUMENTAÇÃO

Tema: Mal-estar contemporâneo e impasses na educação

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AUTORIA

Claudia Braga De Andrade , Perla Klautau

ABSTRACT
Este trabalho apresenta resultados parciais do projeto de pesquisa e extensão desenvolvido em parceria interinstitucional (UNIRIO/UFRJ) que tem como eixo norteador a necessidade de ampliar a discussão e as intervenções sobre o mal-estar e o sofrimento psíquico no público jovem considerando sua dimensão sociopolítica. 
Discutiremos alguns aspectos sobre o manejo transferencial na construção de um espaço de escuta virtual para uma turma de vestibulandos vinculados a ONG PECEP.   Iniciada durante a pandemia do Covid-19, esta proposta teve como desafio sustentar um espaço para circulação da palavra diante de um grupo de participantes com câmeras fechadas, muitos microfones desligados, mas como uma grande produção de escrita no chat. 
Tal condição de trabalho nos colocou diante de um campo estético marcado pela incidência de fraturas da representabilidade, no qual as imagens sensórias se presentificam fragmentadas e misturadas, ao mesmo tempo que uma voz se manifestava, uma palavra era escrita na tela do chat.
Este campo de trabalho nos exigiu ampliar nossa escuta, buscando acolher expressões que se mostravam disponíveis a cada encontro. Neste contexto, o campo da escrita propiciou uma espécie de fala que se expressava pela troca e interação, em tempo real, a partir de palavras digitadas. Foi no chat que uma participante, no final de um encontro, escreveu “me senti acoalhada hoje”. Devolvemos para o grupo, em voz o ato falho escrito, a nova palavra: acoalhada que reunia acolhida e olhada. A emergência desse ato falho nos comunicou que um espaço de escuta estava sendo construído e uma relação transferencial estava se consolidando.
A partir da inclusão da dimensão estética na nossa caixa de ferramentas que encontramos possibilidades para trabalhar em um campo marcado pela presença do infamiliar.

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