A ''função parental'' entre o pacto sexual e o pacto social: uma direção para abordar a crise na educação

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Tema: Mal-estar contemporâneo e impasses na educação

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AUTORIA

Fábio Henrique Silva , Allisson Vasconselos

ABSTRACT
O objetivo deste trabalho é cotejar a crise na educação com a mutação da estrutura familiar na contemporaneidade. Educar consiste em um duplo movimento: preparar o sujeito para a cultura e a cultura para o sujeito (Arendt, 1957/2016). O êxito dessa missão, via de regra assumida pela família, depende do firmamento do pacto sexual, pelo qual o sujeito renuncia ao gozo ascendendo na escala civilizatória. É pelo pacto sexual que o sujeito pode “assinar”, mais adiante, o pacto social, que é como sua “crisma” cultural, na qual confirma sua renúncia ao gozo por meio do trabalho. O pacto social depende, retroativamente, de que nada abale o pacto sexual e, progressivamente, que o sujeito seja valorizado enquanto contribuinte da cultura. Hoje, entretanto, a missão de educar parece sofrer os impactos das mudanças pelas quais tem passado a estrutura familiar. A contemporaneidade convive com a dissolução da família nuclear. A organização idealizada de família, composta por homem, mulher e criança, está em decadência devido à variedade de arranjos familiares modernos para os quais Kehl (2003) reserva o termo família tentacular. Freud (1914/2010), em sua Introdução ao narcismo, afirma que o investimento afetivo dos pais em direção à criança consiste em uma revivescência e uma reprodução de seu próprio narcisismo. A aposta que fazemos para abordar a crise na educação é de que haveria uma recusa desse investimento. Se o modelo de família clássico pressupunha a criança como prova do amor de um homem e de uma mulher, na sociedade cujo discurso dominante é o científico as funções de procriação, educação e transmissão se descolam e se diversificam; portanto, as formas de parentalidade se alteram (Couto, 2011). Mas, afinal, a crise na educação deriva da reorganização experimentada pela família a partir da metade do século XX, que aparentemente diluiu em apenas uma as funções paterna e materna, ou a fonte do problema é outra? É essa pergunta que pretendemos responder com este trabalho.

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