Refugiados na escola: o campo transferencial na sala de aula em tempos de guerra e as contribuições da Psicanálise para o manejo docente

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Tema: Mal-estar contemporâneo e impasses na educação

Temas Correlatos: Mal-estar contemporâneo e impasses na educação;

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AUTORIA

Adriana Doyle Portugal

ABSTRACT
Historicamente a escola tem sido considerada como reprodutora do mal-estar civilizatório. Território de violências, de opressões, de subalternidades e de silenciamentos, a escola também se torna, como reação, lugar de defesa, de resistência e de enfrentamento. Uma parte expressiva da produção de conhecimento em Educação tem buscado, no caminho da crítica, a defesa de uma educação contra-hegemônica e emancipatória. O presente trabalho situa-se neste lugar: o da leitura da escola como unidade contraditória da dialética reprodução-emancipação que a constitui, cuja superação não se faz possível, mas em cujo território é possível a construção de espaços de refúgio, no sentido especificamente lacaniano, de fazer do outro um lugar de sujeito que se apropria de sua história e de seu desejo. Trata-se do conceito de refúgio como base de operação contra o mal-estar na civilização. A partir do aporte da Psicanálise, a escola pode ser trabalhada como setting do mal-estar, convocando a docência à sala de aula como palco das repetições e dos sintomas a serem manejados. Diante do contexto nacional, da guerra híbrida estadunidense, do avanço do conservadorismo e do movimento escola sem partido, que trouxeram consequências ideológicas significativas para a escola, a sala de aula recebe novos conflitos que se realizam através de sintomas conhecidos: a resistência à aprendizagem, a recusa da autoridade docente, a desconstrução do suposto lugar de saber e o docente como inimigo a combater. A hipótese que sustenta este trabalho é a de que o manejo docente no campo transferencial é fundamental para subverter a guerra, mudar a posição dos sujeitos e trabalhar no sintoma de modo a produzir desejo. O manejo requer um conjunto de atos, a saber, a escuta, a empatia, o laço e a confiança. Assim, o aporte da Psicanálise como perspectiva metodológica para o trabalho docente pode ser um portal potente para transformar a sala de aula em lugar de refúgio no interior de sua dialética constitutiva.

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