(In)disciplina: uma questão fora de moda?
AUTORIA
Vanessa Cardoso Cezário
ABSTRACT
Professora: “O que pode ser feito a respeito da indisciplina? Especialista: A disciplina não combina com a escola de agora!” Coordenadora: “Estamos tendo muitos casos de indisciplina” Tomamos as vinhetas acima, colhidas em diferentes ocasiões no ano de 2019, para discutir se o sentido atribuído aos termos (in)disciplina (conjugados por nós) em contexto escolar configura uma generalização. Normalmente associada à uma educação opressiva e a um sadismo pedagógico, a (in)disciplina persiste no discurso de vários personagens do contexto escolar. Os nossos exemplos, além de indicarem a sua persistência frente aos seus substitutos mais softs, nos levam a questionar se pode haver outro sentido diferente desse que já lhe é comum. A partir de uma articulação com as considerações de Agamben (2009) discutiremos se a (in)disciplina saiu de moda na escola atual e, com isso, esperamos desdobrar a hipótese de que o seu uso não deixa de fazer remissão também à uma disciplina específica da experiência escolar. Referências bibliográficas AGAMBEN, G. O que é o contemporâneo. In: AGAMBEN, G. O que é o contemporâneo? e outros ensaios. Chapecó: Argos, 2009. AQUINO, J. G. Discurso educacional contemporâneo: inventário analógico. São Paulo : Feusp, 2021. CARVALHO. J. S. F. A escola precisa da disciplina do estudo, não da disciplina da obediência militar. Nova Escola, São Paulo, n. 316, 2018. Disponível em: https://bit.ly/3yspcEJ. Acesso em: 9 abr. 2021. CARVALHO. J. S. F. Os sentidos da (in)disciplina: regras e métodos como práticas sociais. In Indisciplina na escola: alternativas teóricas e práticas. São Paulo : Summus, 1996. FRANÇA, S. A. M. A indisciplina como matéria do trabalho ético e político. In Indisciplina na escola: alternativas teóricas e práticas. São Paulo : Summus, 1996. MASSCHELEIN, J.; SIMONS, M. Em defesa da escola: uma questão pública. São Paulo: Autêntica, 2014.
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