ABSTRACT

A reflexão tem como objetivo contribuir com a literatura que articula o campo da psicanálise e educação para avançar na reflexão de uma das questões contemporâneas sobre o cotidiano das escolas: a inclusão escolar. 

O trabalho procura identificar o que faz este laço particular entre professor e aluno viabilizando aos alunos um lugar possível na escola, no seu grupo, nas produções coletivas e nas brincadeiras.

Um dos grandes desafios do trabalho de inclusão escolar é endereçando propostas pedagógicas adequadas e além disso, enlaçar alunos que se auto excluem das propostas coletivas. Isto posto, qual o manejo do professor é necessário para possibilitar as condições de pertencimento a um grupo?

Afinal, se um dos fundamentos do trabalho de inclusão se faz no laço que se estabelece entre o professor e aluno, como pensar esse processo sob o ponto de vista dos educadores, de sujeitos que estão “fora do laço social”? Tal pergunta tem relevância para a agenda de pesquisas no campo psicanálise e educação; quando pensamos em sujeitos psicóticos e autistas que apesar de terem uma questão intrínseca com o laço, podem evoluir no enlace. Se não houvesse esta possibilidade estariam destinados a permanecer excluídos da atividade escolar justamente por não construírem laço. Do ponto de vista teórico, o trabalho recupera as contribuições de Freud e Lacan para o laço social, como um conceito capaz de capturar as possibilidades de inclusão dos alunos autistas e psicóticos.

Assim, o trabalho busca descrever o que promove abertura para o enlace.  Faremos uma descrição do que fundamenta e como é o trabalho de professores que ao exercer sua função possibilitam que seus alunos evoluam no enlace.

Evidenciaremos o dilema vivenciado pelos docentes: o investimento e aproximação de um aluno em específico o distanciam do restante do grupo e vice e versa. A ideia é identificar os elementos que  provocam o empuxo para a produção coletiva.