Autismo e inclusão escolar a partir do estranho-familiar freudiano.

DOCUMENTAÇÃO

Tema: Educação especial e educação inclusiva

Temas Correlatos: Formação e trabalho de profissionais da infância;

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AUTORIA

Mariana Sica

ABSTRACT
O presente trabalho traz algumas reflexões suscitadas a partir de minha dissertação de mestrado, intitulada “A dialética estranho-familiar na inclusão do aluno autista em escolas regulares”, que se propôs a abordar a temática da inclusão de crianças diagnosticadas com autismo em escolas regulares, a partir da noção de estranho-familiar freudiana (Umheimliche), de 1919.  
Dessa forma, o termo Umheimliche, cunhado por Freud, se propõe a abordar tudo o que é da ordem de um retorno e causa a sensação de estranheza ou angústia, no sujeito, embora já tenha ocupado um lugar anteriormente familiar. Dessa forma, apontamos como a dialética do estranho-familiar é atualizada no laço professor-aluno autista, posto que quando há uma diferença de difícil identificação inicial, esta pode ser inquietante. Tal gramática culmina ou no acolhimento ou no rechaço do estranho-familiar, em suas formas imaginárias, quais sejam: o extraterrestre, o selvagem e o deficitário. Os primeiros dois termos, cunhados por Lajonquière (1992) e o último, por mim, deslindam variações imaginárias utilizadas que servem de anteparo ao sujeito quando do retorno do recalcado, na relação professor-aluno autista, posto que este último reatualiza a inquietante estranheza no laço educativo.   
Considerando que a problemática do encontro inquietante com a diferença não é atual e esteve presente em outros momentos da história, refletimos, quanto aos dias atuais, que isso não oferece necessariamente impedimentos para que haja uma operação de acolhimento dessa dialética do lado do educador. Por fim, pretendemos destacar, de acordo com Mannoni (1973; 1979) e a experiência institucional de Bonneuil, que toda experiência educativa suscita uma relação transferencial que evoca o estranho-familiar em maior ou menor grau e que na medida em que a instituição abre espaço à palavra, um processo de simbolização se instaura e o educador pode realizar o trabalho de acolhimento da dialética estranho-familiar (do aluno e de si).  

Para participar do debate deste artigo, .


COMENTÁRIOS
Foto do Usuário Marlon Cortes 27-10-2021 07:08:03

O qué é a transferencia no caso do autismo? É possivel a transferencia em ''parletres'' autistas?

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