As influências da urbanização e desigualdades socioeconômicas nas crises sanitárias de 1904 e 2020 no Brasil.
DOCUMENTAÇÃO
Tema: Indicadores Sociais de saúde
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AUTORIA
Paulo De Tássio Costa De Abreu , Simone Santos Souza
ABSTRACT
Este trabalho tem como objetivo discutir sobre a influência do crescimento urbano e desigualdades socioeconômicas no contexto das crises sanitárias de 1904 (Revolta da Vacina) e de 2020 (Covid-19) no Brasil. Trata-se de uma revisão integrativa da literatura, os critérios de inclusão foram artigos publicados a partir de 2020, em português e inglês, disponíveis na íntegra, que tenham intimidade com o objeto da pesquisa. Para a estratégia de busca foi feita a combinação de Descritores em Ciências da Saúde (DeCS) com o uso do operador booleano “AND”. A seleção seguiu as recomendações do Preferred Reporting Items for Systematic reviews and MetaAnalyses (PRISMA). Foram publicados 13 artigos que faziam a comparação histórica entre as crises sanitárias vivenciadas no Brasil em 1904 e em 2020. Esses estudos, em sua maioria (61%), foram produzidos por pesquisadores do Sudeste do país e abordavam a influência dos determinantes socioeconômicos (9 artigos) e do processo de urbanização (6 artigos) no agravamento da cadeia de transmissão dessas doenças. Pode-se concluir após esse estudo, que existe uma similitude desses dois contextos, especialmente no que diz respeito a fragilidade política, econômica, urbana e social do país. As condições de moradia insalubres e precárias, construções sem planejamento urbano, a desigualdade social, a fragilidade econômica do estado, a dificuldade de acesso aos serviços de saúde vivenciados pelos brasileiros nessa última crise nada mais são do que um reflexo das condições passadas. Desse modo, as novas formas de pensar a estrutura das cidades têm ligação com o combate à disseminação de doenças, com o intuito de evitar contágios através do urbanismo, a reorganização do espaço e a utilização de soluções sanitárias. É importante que existam políticas públicas que protejam a população mais vulnerável, visto que a atitudes tomadas em períodos de crise, quando assertivas, podem mudar o rumo da história e promover um futuro mais próspero para a nação.
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