ABSTRACT

O artigo se estabelece no contexto dos processos de compra de imóveis, os quais envolvem diferentes etapas e decisões pautadas por um grupo de fatores alinhados com o viés mercadológico do bem patrimonial além de outros, considerados igualmente fundamentais a princípio, identificados com os aspectos afetos à qualidade de vida e aos valores sócio ambientais. Pontuados exemplarmente, esses fatores são repassados em análise, ponderando-se as estratégias das negociações sob a ótica das aplicações das Tecnologias Digitais de Informação e Comunicação (TDICs), especialmente evidenciadas com as apropriações realizadas pelo setor imobiliário em resposta à crise sinalizada pela pandemia do COVID-19. Nas reflexões a respeito, percebeu-se um claro direcionamento das aplicações para a sustentação de estratégias que abarcam os fatores mercadológicos, refletindo uma prática já convencionada nas abordagens e processos de vendas do setor. Direta ou indiretamente, tais posturas acabam por acentuar a predominância de mecanismos mercadológicos sobre os projetos e empreendimentos que se apoiam nas fragilidades do planejamento urbano, em detrimento dos valores socioambientais. Dessa forma, também desperdiçam a oportunidade do uso dessa tecnologia para conciliar o estabelecimento de diferenciais na dinâmica do Mercado Imobiliário e os valores subjetivos, individuais de seus clientes e coletivos da sociedade, determinados por melhores condições de qualidade de vida, pelo progresso socioeconômico e pelo desenvolvimento sustentável focado na responsabilidade socioambiental.