CONSTRUÇÃO DE CARTILHA EDUCATIVA PARA PACIENTES EM TRATAMENTO COM QUIMIOTERAPIA: UM RELATO DE EXPERIENCIA
DOCUMENTAÇÃO
Tema: Educação, formação e treinamento em saúde
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AUTORIA
Milena Colares Tupinambá Martins , Luana Nunes Caldini , Ludmila Alves Do Nascimento , Natássia Lopes Cunha
ABSTRACT
INTRODUÇÃO: Pacientes recém diagnosticados com câncer e seus familiares têm dificuldades em assimilar as orientações verbais dos profissionais no início da quimioterapia, devido, principalmente, ao processo de aceitação do diagnóstico da doença. Sendo assim, torna-se necessária a utilização de tecnologia educacional, para treinamento em saúde de pacientes, embasada cientificamente. A educação em saúde é uma ferramenta capaz de desenvolver o pensamento crítico, possibilitando a resolução de problemas, modificações de agravos, organização e realização de ações¹. Logo, a cartilha educativa por ser acessível e de fácil entendimento. é uma tecnologia importante para o treinamento dos pacientes acerca do tratamento quimioterápico, favorecendo o processo ensino-aprendizagem e o diálogo entre enfermeiro e paciente². OBJETIVO DO ESTUDO: Relatar a experiência de uma enfermeira oncológica na construção de uma cartilha educativa para pacientes em tratamento quimioterápico. METODOLOGIA: Trata-se de um relato de experiência acerca da construção de uma tecnologia educativa em saúde. O trabalho foi realizado em maio e junho de 2019. Os critérios de inclusão foram: ser paciente oncológico e já ter feito ou está em tratamento quimioterápico. Ao total cumpriam o critério de inclusão e aceitaram participar do estudo 7 pessoas. A coleta de dados ocorreu no ambulatório de quimioterapia de um hospital de referência para o tratamento de câncer na cidade de Fortaleza-CE. O estudo teve as seguintes etapas: busca de evidências científicas na literatura para corroboração do conteúdo da cartilha. Posteriormente, foram realizados grupos focais com os pacientes em tratamento. O estudo foi encaminhado, via plataforma Brasil, ao comitê de ética do hospital onde foi realizada a coleta de dados, obtendo a aprovação a partir do parecer Nº 3.286.368. Após a aprovação, foram iniciadas as coletas de dados. Foram respeitados todos os aspectos éticos preconizados pela resolução 466/12. Os pacientes receberam o termo de consentimento e todas as informações da pesquisa. RELATO DE EXPERIÊNCIA: Este relato de experiência possui como base a vivência enquanto enfermeira oncológica de uma instituição na elaboração de uma cartilha educativa. Os principais temas abordados foram: os cuidados diários e o manejo dos efeitos colaterais em pacientes submetidos à quimioterapia. O levantamento bibliográfico foi importante para subsidiar o conteúdo presente na cartilha, apesar de os temas serem recorrentes em trabalhos científicos, houve dificuldades em encontrar trabalhos atuais na área pesquisada. Buscaram-se evidências científicas com base na literatura voltada para a construção de tecnologia educativa com ênfase nas orientações aos pacientes com câncer em tratamento ambulatorial. Foram encontrados alguns assuntos considerados relevantes e divididos em três partes: quimioterapia e cuidados de enfermagem, efeitos colaterais mais prevalentes, estrutura e organização de materiais educativos e importância do material educativo em saúde. Após a primeira etapa foi realizado a coleta de dados com os pacientes no ambulatório de quimioterapia onde ficam divididos em salas e acomodados em poltronas para receber a infusão do quimioterápico. Antes de iniciar o tratamento, todos os pacientes passam pela sala da equipe multiprofissional onde são verificados os sinais vitais, o peso, o cálculo da dose e dadas às orientações necessárias da equipe. Foram realizados ao total 03 grupos focais em dias diferentes e com pacientes diferentes. No primeiro grupo focal foram 2 pacientes, no segundo foram 3 pacientes e no terceiro 2. Participaram da pesquisa os pacientes que estavam na mesma sala de infusão e assinaram o termo. Foram realizadas perguntas referentes ao tratamento, sentimentos e dúvidas existentes, relação familiar e se achavam útil a confecção de uma cartilha. Os pacientes foram muito receptivos aos questionamentos e todos concordaram que uma cartilha com orientações seria importante. As reuniões foram gravadas com o consentimento de todos e posteriormente transcritas. A principal percepção após o grupo focal que os pacientes possuem muitas dúvidas a respeito do tratamento e da doença. Muitas vezes as informações são passadas de forma verbal, os pacientes e familiares não consegue compreender tudo e permanecem as dúvidas. Por isso, a importância de informações escritas, para posterior consulta. CONCLUSÃO: O uso de tecnologias educacionais é útil facilita a aprendizagem e o empoderamento dos pacientes quanto o seu processo saúde-doença e promove cuidados de saúde. Assim, construir uma tecnologia pode proporcionar maior sensibilização e proximidade com o paciente, erar reflexões importantes e facilitar o controle da doença e na diminuição dos índices de morbidade e mortalidade relacionados ao câncer. REFERÊNCIAS: 1. Figueiredo MFS, Rodrigues-Neto JF, Leite MTS. Modelos aplicados às atividades de educação em saúde. Rev. bras. enferm. 2010 63(1): 117-21. 2. Salles PS, Castro RCB. Validação de material informativo a pacientes em tratamento quimioterápico e aos seus familiares. Rev. esc. enferm. USP 2010 44(1): 182-89.
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