TRANSTORNO DE ANSIEDADE GENERALIZADA EM IDOSOS BRASILEIROS NO PERÍODO DE ISOLAMENTO FÍSICO DURANTE A PANDEMIA DO CORONAVÍRUS
DOCUMENTAÇÃO
Tema: Evidências científicas e relatos de experiência sobre Covid-19
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AUTORIA
Isabella Louíse Morais De Sousa , Fernanda Nogueira Valentin Lucianelli , Ozélia Sousa Santos , Francisco Bruno Teixeira , Érika Fernandes Costa Pellegrino , Adenilson Leão Pereira , Renan Rocha Granato , Rosiane Luz Cavalcante , Dalberto Lucianelli Junior , Giselle Sousa Carmona , Ana Paula Do Vale Viegas , Nathan Henrick Sirqueira Kretli , Rodrigo Silveira Da Silva , Monica Yuri Takito
ABSTRACT
A pandemia de COVID-19 apresenta desfechos severos levando ao óbito com maior frequência na população idosa. Entre as medidas não medicamentosas de prevenir a disseminação da doença, destacou se a adoção de medidas de isolamento e distanciamento social, fatores já estudados que nesta faixa etária tem associação com aumento de risco de doenças cardiovasculares, autoimunes, neuro-cognitivos e de saúde mental. A desconexão social nos idosos por si implica em prejuízo a saúde mental, adicionado ao maior risco de ser contaminado poderia potencializar a frequência e intensidade de sintomas de ansiedade e depressão. Diante disso, ainda pouco se sabe sobre o impacto da pandemia na saúde mental de idosos no Brasil. Assim, esse artigo tem como objetivo avaliar os fatores associados à ansiedade nos idosos durante o isolamento social desencadeado pela atual pandemia de COVID-19. Trata-se de estudo transversal, exploratório e analítico de caráter quantitativo realizado através do levantamento de informações por meio de um formulário online. Para tanto, foi utilizado um questionário estruturado composto por questões de múltipla escolha, abrangendo dados demográficos gerais, opiniões/percepções sobre a pandemia e o Inventário de Ansiedade Geriátrica (GAI). A amostra foi classificada de acordo com o nível de ansiedade em dois grupos: sem ansiedade e ansiosos. Foram realizados testes de qui-quadrado para as variáveis categóricas e teste de correlação de Spearman para variáveis contínuas com nível de significância de 5%. Como resultado, os idosos ansiosos apresentaram a maior proporção de mulheres (p < 0,05), de divorciados e viúvos (p = 0,07) de indivíduos com menor escolaridade (p < 0,05), transtorno mental diagnosticado (p < 0,001), de sujeitos que se sentem mais vulneráveis à doença (p < 0,05) e que declaram ter menor entendimento sobre a pandemia (p < 0,05). Além disso, houve uma correlação significante entre o escore de ansiedade e o medo de infectar-se com COVID-19 (r = 0.3, p < 0.0001). Conclui-se que os idosos que tendem a ser mais ansiosos no período da pandemia são do sexo feminino, com tendência para serem divorciados ou viúvos, não ter escolaridade avançada e possuir diagnóstico prévio de algum transtorno mental. Além disso, a ansiedade está associada ao medo que o idoso tem de infectar-se com a COVID-19. Palavras-Chaves: Pandemia, idosos, saúde mental, ansiedade.
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