Perfil dos indivíduos envolvidos em acidentes de automóveis no Brasil
DOCUMENTAÇÃO
Tema: Indicadores Sociais de saúde
Acessos neste artigo: 256
Certificado de Shayra Tofano Monteiro
Certificado de Marina de Barros Pretti
COMPARTILHE ESTE TRABALHO
AUTORIA
Maria Clara Biccas Braga , Shayra Tofano Monteiro , Marina De Barros Pretti
ABSTRACT
INTRODUÇÃO: Frente à rapidez do mundo moderno, a logística das metrópoles possui uma demanda de agilidade, ao mesmo tempo em que cada vez mais pessoas frequentam as vias públicas de transporte. Tal cenário, associado ao predomínio do sistema rodoviário no Brasil, é condizente com o aumento de acidentes automobilísticos. OBJETIVO: Estabelecer o perfil dos indivíduos envolvidos em acidentes de automóveis no Brasil. MÉTODO: Estudo descritivo retrospectivo, com dados epidemiológicos, realizado em junho de 2020 a partir das publicações do PubMed, da Biblioteca Virtual em Saúde e da SciELO, de 2015 a 2020, em inglês e português. Pesquisa efetuada a partir do cruzamento dos descritores “traffic accident”, “mortality” e “Brazil”, efetuando a exclusão por título, resumo e repetição, sendo encontrado um “n” de 19 artigos. Os dados encontrados foram comparados com os obtidos no DATASUS através da caracterização do perfil dos indivíduos que mais sofrem acidente de carro nos anos de 2015 a 2018, levando em consideração idade, sexo, estado civil e raça. RESULTADOS: Foi constatado que o perfil dos envolvidos em acidentes de carro consiste em homens brancos, solteiros, de 20 a 39 anos. O predomínio de homens explica-se pela teoria da seleção sexual de Darwin, já que, na história, houve uma tendência maior desse sexo em competir para conquistar as fêmeas e lutar, tornando-os mais propensos a se envolverem em situações de risco [3] . Os números do DATASUS [1] apontam que 18.805 pessoas sofreram acidentes de carro no período de 2015 a 2018, sendo 78,5% homens e 22,5% mulheres. Da mesma forma, os valores apontados pelo caderno de saúde, o qual analisou a cidade de Belo Horizonte, [2] demonstram que 82,2% dos envolvidos são do sexo masculino e 17,8% são do sexo feminino. Ao analisar os dados do DATASUS, [1] foi encontrado que, em média, os indivíduos que possuem de 20-39 anos correspondem a 44,99% dos acidentados. Esses valores vão ao encontro dos publicados no Caderno de Saúde Pública [2] , que aponta essa faixa etária como sendo vítima de 45,6% dos acidentes. Já em relação ao estado civil, no DATASUS [1] foi encontrado que 45,38% são solteiros, o que condiz com as informações do Caderno de Saúde Pública [2] , que afirma que 68% das vítimas são solteiros ou divorciados. Tanto os dados referentes à idade quanto ao estado civil podem ser justificados pelo fato de que esse grupo é o que possui uma vida social e econômica mais ativa, o que resulta em uma maior utilização de carros, principalmente a noite, além de um alto índice de consumo de álcool. Segundo dados da variável ''raça'' no DATASUS, [1] o número de acidentes de automóvel envolvendo brancos e pardos é cerca de 21 vezes maior do que pretos. A partir desses dados, é possível inferir que tal resultado é decorrente da desigualdade socioeconômica, que se reflete no poder de compra de automóveis. Um artigo da revista Ciência & Saúde Coletiva [2] afirma que 60% das vítimas de moto são pretas. Sendo assim, conclui-se que se apresentam em menor número por não utilizarem muito automóveis e optarem por motocicletas devido a determinantes sociais e econômicos. CONCLUSÃO: Traçar o perfil epidemiológico dos envolvidos em acidentes é uma valiosa ferramenta para direcionar o governo na criação de intervenções, minimizando os impactos desse mal. Nesse contexto, destaca-se a importância de conciliar planos no âmbito da saúde, do ensino e do tráfego.
Para participar do debate deste artigo, faça login.