Eu, minhas casas e minhas coisas: articulações entre consumo e segurança ontológica de expatriados brasileiros
DOCUMENTAÇÃO
Tema: Globalização e Internacionalização de Empresas
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AUTORIA
Ana Luisa Menna Barreto Amil , João Felipe Rammelt Sauerbronn
ABSTRACT
A desmobilização de espaço e lugar, vivenciada por expatriados - definidos como pessoas pertencentes a organizações internacionais ou expatriados autoiniciados, isto é, pessoas com qualificação profissional, em alguns casos no início de carreira, insatisfeitos com aspectos políticos, econômicos ou relacionados à segurança no seu país, que decidem por conta própria buscar um novo cenário profissional, uma oportunidade no exterior em busca de uma nova vida, de uma realização pessoal e profissional - traz no pacote um impacto de contrastes, tanto cultural quanto social. Algumas vezes, este desencaixe e reencaixe pode ser vivenciado com mais dificuldade, relacionado ao nível de adaptação e grau de confiança vivenciados pelo expatriado. No aspecto relativo à adaptação, foram verificadas variações, determinadas pelo desarranjo emocional vivenciado pela falta de rotinas familiares, lugares e coisas íntimas, o que pode ser justificado pela insegurança ontológica do sujeito. O objetivo desta pesquisa é investigar como o consumo colabora no ajustamento das identidades do expatriado e que aspectos de segurança ontológica foram revelados nas experiências vivenciadas. A base teórica da pesquisa é apoiada na teoria apontada por Giddens (1991), na qual todas as pessoas buscam um referencial de segurança ontológica de alguma espécie, baseada na manutenção da sua narrativa biográfica, em aspectos relacionados a familiaridade de lugares, em relações de confiança, nas escolhas de consumo, em crenças que minimizem a ansiedade, em tradições e rotinas cotidianas. Na etapa de campo, foram realizadas nove entrevistas individuais, com homens e mulheres, brasileiros, com idades entre 24 e 63 anos, no período de Julho de 2019 a Novembro de 2019, que já vivenciaram ou estou vivendo em outro país atualmente. A abordagem de pesquisa é qualitativa, de cunho exploratório. O consumo, nesse contexto, não só trouxe um lugar de distensão como favoreceu a construção de relações significativas, revelando um sujeito que faz suas escolhas de consumo, alinhado ao seu novo projeto de vida em outro país como expatriado, apoiado em atributos que constituem a sua identidade, escolhas de consumo que carregam sentido, trazem confiança e minimizam as carências sentidas em outro país.
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