A percepção do Enfermeiro nos Cuidados Paliativos de Pacientes Oncológicos
DOCUMENTAÇÃO
Tema: Sistemas de Avaliação em Saúde
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AUTORIA
Jenifer De Jesus Gregorio
ABSTRACT
O Câncer é a doença que mais mata o indivíduo no mundo, mas em sobreposição a esta realidade tem-se o avanço nas pesquisas científicas relacionadas a sua prevenção, promoção e reabilitação, salientando o prolongamento de vida e amelhoria significativa da qualidade de vida deste grupo. Dentro destas perspectivas tem-se a aplicação dos Cuidados Paliativos, que consistem em uma metodologia de cuidado que favorece a qualidade de vida de pacientes com doenças crônicas avançadas. Sendo assim, esta pesquisa objetiva levantar e compreender como o profissional Enfermeiro percebe e dispensa a aplicação dos cuidados paliativos aos pacientes oncológicos em cuidados paliativos. A metodologia utilizada nesta pesquisa foi a história oral temática. A escolha desta metodologia deu-se por ser uma metodologia que favorece a exploração e o registro dos sentimentos e emoções do narrador ao autor. A pesquisa foi aprovada pelo Comitê de Ética em Pesquisa sob Parecer Número 3.592.515. O desenvolvimento da pesquisa em campo ocorreu durante o mês de janeiro de 2020, seguindo quatro etapas pré-estabelecidas: entrevista; transcrição e transcriação; textualização e por fim o estabelecimento do Tom Vital - “A vulnerabilidade do agir e do sentir no perecimento”. Ao entrar em contato com as narrativas apresentadas, os autores, na tentativa de sistematizar o trabalho interpretativo, agruparam as temáticas a fim de favorecer a possibilidade de compreensão e interpretação em 2 categorias: Empatia, Fé e a Aceitação da Doença e O Atendimento Profissional Humanizado no Cuidado Paliativo. Na primeira categoria elencada como Empatia, Fé e a Aceitação da Doença obtem-se que as narrativas apontam aos temas devido aos sentimentos referidos ou demonstrados pelos pacientes em cuidado paliativo quando da descoberta de seu quadro. Essa situação mostra que estes sentimentos acabam interferindo nas emoções do profissional, que muitas vezes cuida de pessoas com quadros que podem ser ou estar presentes na vida pessoal. Salienta-se quanto a esta vertente que o comportamento de empatia é muito evidente e necessário, pois este sentimento permite que o indivíduo se coloque no no lugar de outra pessoa, buscando agir ou pensar da forma como ela pensaria, ou agiria nas mesmas circunstâncias, haja visto que a empatia é uma habilidade socialmente aprendida que contribui para a formação de vínculo entre paciente/família/equipe. Quanto a fé, pressupõe-se que seja intangível, mas para o paciente, em meio a caos de uma doença cruel que lhe rouba a propria vida, é a unica coisa o qual este pode se agarrar. Evidencia-se que a empatia, a Fé e a aceitação da doença por parte de quem a vive e com ela convive, é dificil mas não impossível, pois a espiritualidade esta pautada na reflexão do indivíduo sobre ser, estar e sentir. Na segunda categoria que enfatiza o atendimento humanizado por parte do profissional, percebesse que a colaboradora enfatiza constantemente a importancia deste cuidado aos pacientes e seus familiares em fase terminal. Destaca-se que o cuidado humanizado faz parte do cerne da enfermagem e que este grupo de profissionais, mas não exclusivamente, necessita de treinamento, suporte e apoio para a aplicação deste cuidado. Atribui-se a esta categoria a importância de uma assistência de forma digna e ética, enfatizando o reconhecimento e da solidariedade e do cuidado integral e contínuo a fim de proporcionar ao paciente uma melhor qualidade de vida e de atendimento, oferecendo-lhe uma melhor resposta ao tratamento. Conclui-se ao término desta pesquisa que que o uso adequado do cuidado ao paciente oncológico em cuidados paliativos requer um atendimento humanizado, por parte da equipe de saúde, mas de forma mais efetiva da equipe de enfermagem, por ser esta que lida continuamente com o paciente e seus familiares. Sendo assim, é imprescindível que estes profissionais estejam engajados na oferta dos cuidados, garantindo bem-estar, conforto, esperança e equilíbrio da saúde ao paciente e seus familiares que tanto anseiam por um atendimento humanizado. Nesta perspectiva observa-se que a fé foi um dos quesitos levantados nesta pesquisa como sendo algo de grande valor e importância, que enriquece a possibilidade de organizar as ações do cuidado, favorecendo o conforto do paciente e de seus familiares e que os profissionais não estão isentos de sentimentos e sofrimentos, destacando sua vulnerabilidade no cuidado. Complementa-se a estes quesitos, a percepção e compreensão do atendimento voltada para ações holísticas, integrando as necessidades e verdades do cuidado. Salienta-se ainda a vulnerabilidade do ser, seja ele profissional, paciente ou familiar, pois partindo do pressuposto que o simples fato de saber ouvir aflora o conforto e a confiança, tão prejudicados pela dor física e emocional, esta se torna vital para acalantar o turbilhão de sentimentos.
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