Do Produtivismo Científico Aos Problemas de Coautoria: Considerações Sobre a Má Conduta na Pós-Graduação

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Tema: Ensino e Pesquisa em Administração

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AUTORIA

Victor Silva , Karine De Jesus Rodrigues Santana

ABSTRACT
O presente artigo aborda, de maneira introdutória, sobre os problemas de coautoria na pós-graduação, partindo do entendimento que essa má conduta está relacionada com o produtivismo científico, que, de certa forma, é incentivado pelos programas de pós-graduação. Com o objetivo de identificar os problemas de coautoria na pós-graduação, a partir da perspectiva dos discentes, realizou-se uma pesquisa de campo, de abordagem qualitativa e de finalidade descritiva e exploratória, cujo material empírico foi obtido por meio de entrevistas com estudantes ou egressos de três diferentes cursos de pós-graduação de uma mesma instituição de ensino de Minas Gerais. Os entrevistados foram alcançados por conveniência e eles responderam a um questionário, online e de questões abertas, por meio das quais puderam relatar sobre as más condutas de coautoria nos seus cursos, a partir de suas perspectivas. Pelos resultados, identificou-se que a coautoria cerimonial é praticada pelos estudantes, a partir do incentivo ou obrigatoriedade dos professores, incluindo-os como coautores ou até mesmo outros professores, que apenas avaliaram o trabalho. Esses resultados indicam, ainda, a importância de estudar as vivências acadêmicas dos estudantes de pós-graduação, para entender esse e outros problemas, decorrentes da relação desigual entre os programas de pós-graduação e os alunos, bem como seus mecanismos de resistências. 

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COMENTÁRIOS
Foto do Usuário Marcelo Longo Freitas Mandarino 22-11-2022 08:52:10

O tema traz a luz uma discussão importante a respeito das publicações. De fato, grande parte dos programas de pós-graduação incentivam e praticamente obrigam os alunos a seguir o regramento da universidade quanto as características da publicação, seja ela por exigência de qualificação mínima no Qualis/Capes, ou por exigências de coautoria com os orientadores. Este problema é crônico entre os programas de pós-graduação e acredito que passe também pelas exigências de publicação da própria Capes para manutenção dos programas de pós-graduação. Os autores apontam que este problema não é de exclusividade de universidades públicas, reforçando com isso que tal fato está enraizado em diversos cursos e independente de ser público ou privado. Com os relatos, percebe-se que há certo desconforto por parte dos respondentes, que são obrigados a seguir os ritos ditados pelos cursos de pós-graduação. De todo modo, deixo aqui para reflexão alguns pontos: Com o incentivo ao produtivismo científico, quem pode se beneficiar por fazer parte de grupos de pesquisa, certamente larga na frente quando comparado aos demais estudantes que não se enquadram neste contexto. Quando ambos os estudantes saírem da academia e forem buscar uma colocação no mercado de trabalho (meio acadêmico), quem será que irá se destacar mais? O profissional que possui baixa ou alta produção, independente do impacto Qualis/Capes em sua produção? Feito esta reflexão podemos inferir que tanto estudantes quanto professores que estão no meio acadêmico sempre irão buscar e incentivar o produtivismo acadêmico uma vez que isto poderá dar maior visibilidade em seu currículo e fazer a diferença em um processo seletivo.

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