OBSERVAÇÃO PARTICIPATIVA: uma função continente na relação mãe-bebê.

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Tema: Corpo, dor, silêncio

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AUTORIA

Valeska Bom Pinheiro , Cristiane Da Silva Geraldo Folino

ABSTRACT
Durante a gravidez, a mulher vive um momento muito particular do seu psiquismo, o que se estende ao longo do processo da construção da parentalidade. Toda essa vivência requer, entre outras coisas, a elaboração de lutos e de uma nova identidade, a de ser mãe. Essa ideia de tornar-se mãe é um processo, a gestação ou o nascimento de um bebê não fazem da mulher, automaticamente, mãe. Além disso, nessa construção da parentalidade, o bebê também ocupa um lugar central, sendo uma figura ativa na interação mãe-bebê. Nesse sentido, podemos considerar que o bebê tem muito a nos dizer, ainda que ele não fale. É nesse ponto que a Observação da Relação Mãe-Bebê, a partir do método Esther Bick, se mostra um importante instrumento, pois é possível observar, em detalhes muito específicos, como por exemplo, o olhar, o toque, a maneira de sugar, como se desenrola a experiência da mãe e, também, do bebê nessa relação. Em contextos em que a constituição da representação do bebê no psiquismo materno, desde a gestação, se mostra um trabalho psíquico turbulento, a relação primitiva mãe-bebê fica ameaçada por projeções negativas capazes de provocar efeitos penosos à essa dupla. Diante da complexidade da construção desse vínculo, faz-se necessária uma prática que promova uma função continente para a mãe que, consequentemente, poderá se sentir fortalecida para conter o seu filho quando este é atravessado por sensações ainda adversas e difíceis de serem elaboradas sem esse anteparo materno. A Observação Participativa surge como um dispositivo que pode cumprir o papel desse cuidado sensível, oferecendo o holding necessário para favorecer a relação primordial mãe-bebê. A partir da análise de situações de observação de um bebê de 1 ano e 6 meses, com relevantes sinais de sofrimento, e da sua mãe, que vive um significativo estado depressivo, discutiremos a experiência da Observação Participativa e suas nuances, como um recurso fundamental para diminuir os riscos de o bebê experimentar um objeto maternal resistente e, assim, contribuir para o seu desenvolvimento emocional e para a dinâmica da família. 

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