Corpo no Autismo: Dor e Automutilação

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Tema: Corpo, dor, silêncio

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AUTORIA

Filiciana Ferreira Silva , Rosa Maria Tosta

ABSTRACT
Este trabalho busca apresentar os processos envolvidos na concepção do corpo nos sujeitos autistas, bem como, discorrer sobre as inúmeras dificuldades por eles vivenciadas no que tange às perturbações corporais que vivem diariamente, manifestadas através das desordens pulsionais que os atinge através de comportamentos repetitivos, estereotipados e autolesivos, ritualizando o próprio corpo. A criança autista, falha em simbolizar as funções corporais através do processo da elaboração imaginativa, na fase da dependência absoluta, pois, o bebê autista não reproduz o espelhamento da mãe e, consequentemente, não simboliza as funções corpóreas, deixando de integrar o psique-soma. A falha no processo de simbolização no autismo, situa o sujeito na esfera do real, remetendo ao conceito de lalíngua de Lacan, onde o indivíduo permanece aquém da linguagem e mergulhado em uma relação com o próprio corpo, sem que possa ser alcançado pelo processo simbólico da linguagem. O presente trabalho, aborda como o corpo do autista é concebido partindo dos conceitos de Winnicott e Lacan, e como é possível por meio do holding do analista criar uma borda que favoreça o descongelamento do amadurecimento da criança através dos objetos autísticos, termo concebido por Frances Tustin. É possível observar através da prática clínica, que os objetos autísticos não devem ser retirados dos sujeitos que deles fazem uso, mas sim, é uma porta de entrada do analista para estabelecer um tipo de interação com esses indivíduos, mesmo que forma rudimentar, além do mais, é por meio dos objetos autísticos que é possível ao analista a construção de um contorno para essas crianças à fim de que seja revelado o potencial singular de cada um. O manejo do analista com os objetos autísticos, situa tais objetos como mediadores no processo de interação entre a ambos, são importantes aliados na construção de uma relação da dupla, possibilitando a descontinuidade de rituais corporais e automutilações, pois, tais objetos captam a libido e viabilizam ao autista um investimento afetivo em um Outro fora de si mesmo. Desta forma, este trabalho será teorizado pelos os conceitos de Winnicott, Lacan e Tustin, serão apresentadas, ainda, duas vinhetas clínicas de pacientes autistas na clínica psicanalítica, preservando as identidades através de nomes e dados gerais fictícios.

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