Desdobramentos do pós-pandemia sobre a infância e a escola: desafios da escola diante do sofrimento da criança

DOCUMENTAÇÃO

Tema: Pandemia, perdas, luto

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AUTORIA

Andréa Garcia Da Rocha

ABSTRACT
O presente trabalho visa refletir sobre os desdobramentos do pós-pandemia sobre a infância e a escola. Os impactos desse tempo pandêmico resultaram em diferentes formas de sofrimento e adoecimento psíquico na infância. As experiências de perdas, lutos e separações não simbolizadas, além do convívio exclusivo com os adultos e a exposição excessiva aos meios eletrônicos e mídias sociais, durante o período de isolamento, trouxeram profundas marcas para vida psíquica da criança. Os impactos desse confinamento sobre sua vida psíquica são percebidos de diferentes modos no ambiente escolar com o retorno presencial dessa criança. O afastamento da criança durante a pandemia e a ausência do espaço de convívio social da escola, significou para ela perdas de experiências significativas, tais como, do aprender compartilhado com o outro, das trocas de reconhecimento com o semelhante estabelecidas pelo laço social e inserção na ordem simbólica da cultura pela via escolar. Com isso, portanto, retorna à escola, do pós-pandemia, uma criança marcada psiquicamente por tal acontecimento e fragilizada pelas perdas, com novas necessidades e demandas para elaborarem suas perdas e sofrimentos. E diante dessa criança, quais os novos desafios enfrentados pela escola a fim de não negar seu sofrimento? A psicanálise em diálogo com a educação tem trazido muitas contribuições para a discussão do tema sobre infância, sofrimento e contemporaneidade. Traz a compreensão da criança enquanto sujeito constituído enquanto linguagem e discurso sempre elencado ao seu tempo. Considera a vida psíquica do sujeito atrelada a modos de sofrimento e adoecimento psíquico vinculados aos acontecimentos de sua época. Portanto, pensar e construir uma escola que reconheça o sofrimento da criança, que considere a sua condição de fragilidade e vulnerabilidade como desdobramento do pós-pandemia, é necessário reconhecer os desafios trazidos pela infância inserida na contemporaneidade, sujeitada aos intemperes e perdas; além disso, reconhecer que na educação, para se ensinar e aprender é preciso simbolizar as experiências e construir laços sociais, do mesmo modo como na clínica se sabe, que para não adoecer e sucumbir é preciso também simbolizar e construir laços. E quando a escola está aberta para a escuta dessa criança, e quando promovem ações que lhe possibilitam simbolizações para o sofrimento e criam laços sociais, são então escolas transformadoras, inseridas em seu tempo e preparadas para o futuro.

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