UM BRINCAR COM A TECNOLOGIA DIGITAL NA PRIMEIRA INFÂNCIA? REFLEXÕES SOBRE O USO DAS TELAS E O PROCESSO DE INTEGRAÇÃO INFANTIL

DOCUMENTAÇÃO

Tema: Tempo

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AUTORIA

Mirela Borba De Lacerda

ABSTRACT
Os avanços tecnológicos da atualidade propiciaram um mundo novo de conhecimentos e possibilidades sem precedentes nas gerações anteriores. Os dispositivos móveis, como tablets e celulares são amplamente utilizados na rotina das famílias. Evidencia-se o precoce e constante aumento da exposição e do uso das tecnologias digitais pelas crianças pequenas. Contudo, parece não existir explorações aprofundadas sobre os possíveis efeitos desse uso no desenvolvimento psíquico na primeira infância. Questionamos: Será que o brincar com o uso da tecnologia digital se relaciona com as necessidades de integração da criança? Esta pesquisa teve como objetivo discutir a apresentação e o uso de dispositivos eletrônicos por crianças e os possíveis impactos no seu processo de integração, a partir de um viés psicanalítico. Mais especificamente, buscou-se: caracterizar a relação pais e filhos, em Winnicott, com foco na apresentação e no uso dos objetos e suas funções no desenvolvimento infantil; mapear orientações de órgãos oficiais nacionais e internacionais quanto ao uso dos dispositivos eletrônicos pelas crianças; discutir sobre o uso de aparelhos eletrônicos pelas crianças, e sua condição de possibilidade ao brincar e à integração. Nesse caminhar, foram selecionados textos de autores como Winnicott, Julieta Jerusalisky, Esteban Levin, dentre outros, bem como documentos de órgãos oficiais nacionais e internacionais para mapear orientações a respeito do uso das telas por crianças. Uma terceira etapa incluiu o levantamento de produções nacionais e internacionais partindo do tema “o uso de dispositivos eletrônicos por crianças e os possíveis impactos no desenvolvimento infantil e nas relações familiares”. Se, por um lado, a tecnologia relacionada às telas pode estimular o desenvolvimento, também se cogita que o uso excessivo e precoce (na primeira infância) em algumas famílias parece caminhar no sentido de “chupeta eletrônica”, calando o choro e suspendendo a demanda infantil. Nesse processo, é necessário que: 1) a criança tenha uma relação inicial marcada pela presença humana sensível e singular, usufruindo de experiências de confiança e continuidade, que se mantém contínua, suficiente, que suporta os ataques destruitivos do bebê. Será essa presença que promoverá a introjeção e simbolização do objeto; 2) para então poder viver no digital a extensão da vida psíquica em sua possibilidade criativa e espontânea. No que remete ao uso da tecnologia, este precisa se ancorar no humano, no compartilhamento, assumindo o lugar de terceiro, não de colagem. Em cada caso, há que se refletir: estariam as telas funcionando como andaimes construtivos às relações ou substitutos imediatos do cuidado?

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