Especificidades do manejo clínico no atendimento de crianças vítimas de violência sexual

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Tema: Corpo, dor, silêncio

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AUTORIA

Rafaela Cristina Bittencourt Garcia , Thalita Magalhães Araújo - Ufmg , Isabella Ferraz Lacerda De Mello - Ufmg

ABSTRACT
O período de confinamento em função da pandemia de Covid-19 trouxe para quem estuda a temática da violência sexual contra crianças uma grande preocupação: sem escolas presenciais e com a redução de contatos com outras redes de apoio em geral, houve um aumento da vulnerabilidade desse público, já que grande parte dessa violência ocorre em ambiente domiciliar. Sendo assim, vemos que é de extrema importância continuarmos nosso trabalho de aprimoramento da técnica psicanalítica enquanto ferramenta de acolhimento de traumas psíquicos, já que essas vivências trazem particularidades que precisam ser consideradas. Sabemos que o atendimento psicanalítico de crianças já exige adaptações da técnica e do setting para que o trabalho seja eficaz e, a partir do atendimento clínico e do estudo de casos publicados, percebemos que a criança vítima de um abuso sexual apresenta seu sofrimento psíquico de formas ainda mais específicas e trazem novas perspectivas para o trabalho do psicanalista. Neste trabalho pretendemos discutir algumas dessas organizações sintomáticas e defesas psíquicas que são identificadas nos atendimentos dessas crianças, salientando suas especificidades e pensando estratégias para melhor acolher sofrimentos e demandas, destacando possibilidades para o trabalho clínico com esses pacientes. Alguns fenômenos importantes de serem discutidos sobre o trabalho do psicanalista nessa temática estão em torno das noções de transferência e contratransferência, pois são elementos que consideramos que precisam de uma importante atenção, e às vezes adaptação, para que o sofrimento dessas crianças traumatizadas seja amenizado e o trauma elaborado. São casos em que frequentemente há muito conteúdo que não consegue ser expressado em palavras ou em brincadeiras como em atendimentos de crianças com outras questões. Também identificamos emoções e sensações intensas que acabam sendo transmitidas na relação terapêutica e o psicanalista tem a importante tarefa de auxiliar a integrar, apaziguar e traduzir conteúdos de difícil organização, conduzindo o paciente no processo de busca de possíveis condições para uma recuperação, apesar das marcas específicas que ficam na história de cada pequeno indivíduo em desenvolvimento.

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