“Estamos na live”: O trabalho com jovens e adolescentes autistas e psicóticos durante a pandemia. O que podemos inventar?

DOCUMENTAÇÃO

Tema: Infância, juventude e clínica

Temas Correlatos: Infância, juventude e diversidade;

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AUTORIA

Letícia Gonçalves Loback Siqueira

ABSTRACT
O presente trabalho visa discutir os impasses que a pandemia apresentou a um projeto de atendimento a jovens e adolescentes autistas e psicóticos. Segundo Canguilhem (2011), a doença impõe aos organismos vivos uma nova experiência com o meio. Observamos, de maneira preliminar, que a pandemia de Covid-19 e a adoção de medidas de proteção, como o isolamento social, estabeleceram novas formas de vida a todos. Os sujeitos autistas e psicóticos não estão apartados de enfrentar essa realidade, visto que seus locais de referência, como a escola, tiveram seu funcionamento alterado. Diante disso, deparamo-nos com o primeiro impasse em manter a continuidade do trabalho de maneira frequente e regular, o que Di Ciaccia (2005) aponta enquanto fundamental para a efetividade das intervenções clínicas. A utilização de recursos tecnológicos foi a via encontrada nesse período. Ainda que impossibilitados de realizar atividades presenciais, seguimos apostando no trabalho dos jovens e nos caminhos que eles próprios nos deram nessa nova modalidade. Nesse sentido, Ribeiro (2021) aponta que a possibilidade de intervenção do analista passa pela sua tentativa de inclusão no trabalho que o sujeito autista já realiza. Assim, não buscamos de antemão estabelecer práticas estruturadas, inventando a cada encontro com cada sujeito novas formas de saber-fazer. Cabe ressaltar que isso só foi possível pelo fortalecimento da parceria com os próprios jovens e com os outros que os cercam (a família, a escola e a rede de saúde). Ainda assim, duas questões permanecem: Quais são os efeitos da pandemia no trabalho? O que conseguimos inventar até então?

REFERÊNCIAS
CANGUILHEM, G. O normal e o patológico. 7. ed. Rio de Janeiro: Forense Universitária, 2011.
DI CIACCIA, A. A prática entre vários. In: ALTOÉ, S.; DE LIMA, M. M. (Org.). Psicanálise, clínica e instituição. Rio de Janeiro: Rios Ambiciosos, 2005, p. 34-55.
RIBEIRO, J. M. A criança autista em trabalho. 3. ed. Rio de Janeiro: Editora 7Letras, 2021.

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