“Agora eu era o herói e meu cavalo só falava inglês”: a escuta da criança

DOCUMENTAÇÃO

Tema: Infância, juventude e clínica

Temas Correlatos: Mal-estar contemporâneo e impasses na educação;

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AUTORIA

M Ludmila Mourão

ABSTRACT
Tendo em vista o contexto apresentado, onde a infância ocupa um lugar de destaque na sociedade, sendo a criança apreendida em sua “totalidade”, interessa saber como complicar o universal da infância. Para que “não-toda criança” possa falar, é preciso que haja brecha, pois “falando ela desloca necessariamente seu ser”, para assim se alienar/separar, se constituir. Complicar o universal para ir na contramão da simplificação na qual ela é tomada hoje, nas resoluções prêt-à-porter, onde as diferenças, apesar dos discursos modernos, são escamoteadas.  Afinal, o que quer dizer deixar a criança falar? O que quer dizer escutar a criança? É obedecê-la? Tomá-la como cidadã? Escutar o sujeito do inconsciente? Ditos que facilmente podem ser entendidos de forma retórica e vazia. A infância faz barulho, nos inquieta, e, por vezes, por que não reconhecer, nos assombra, tira-nos a “paz” , a paz que encontramos na pulsão de morte, onde o que se satisfaz são as mais diversas pulsões, tirando a ilusão de um silêncio dessas. Mrech (2012, p.158) destaca que, não só “a criança”, mas também, “a mulher” e “o homem”, são formas prévias de encarnar o sujeito, visando um fechamento. Cita Lacan (1998, p.873): “Esse homem será então ali o primitivo, assim como a criança representará o subdesenvolvido, o que irá mascarar a verdade do que se passa de original durante a infância”. E o que se passa de original durante a infância? Seria a relação com o inconsciente, estando a criança em uma posição diferente do adulto? A própria constituição psíquica em curso, da qual o sujeito/criança participa ativamente, e para qual não há previsões e garantias? Diante de tantas iniciativas preventivas e educativas, cabe nos perguntar: será que estamos escutando as crianças? Faz-se necessário explorar melhor do que se trata essa escuta da criança tendo como referência a escuta para a psicanálise.Com situações cotidianas e uma vinheta clínica buscarei extrair do vivo da experiência com uma criança algumas balizas.

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