Quando medicar é não dizer: a subjetivação tamponada no mal-estar docente.
AUTORIA
Roberta Freire , Paula Porto Barbosa
ABSTRACT
A medicalização da infância é um tema cada vez mais presente no cenário educacional. Medicalizar as crianças, nos coloca a pensar sobre a tentativa de apagamento da subjetividade do sujeito e sobre o mal-estar que permeia a prática docente. Diversos estudos têm analisado o atravessamento do ato médico na educação de crianças e jovens que esbarram na dificuldade de estarem inseridos num ideal de aluno frente ao processo de aprendizagem nas escolas. O cotidiano escolar tem sido invadido pelo enfoque do não-saber e entraves do processo de escolarização. Aqueles alunos que apresentam dificuldades no processo de aprendizagem são ligados ao discurso médico e à patologização da educação, não mais estendendo o olhar da escola sobre a possibilidade destas dificuldades como parte do processo de aprender e do ato de ensinar. A partir disso, este trabalho busca compreender quais podem ser as fontes do mal-estar docente no ambiente escolar que corroboram a considerar necessário o encaminhamento para a área médica dos alunos que apresentam dificuldades de aprendizagem. Sendo assim, torna-se importante promover reflexões sobre quais são os motivos que possam determinar, dentro do processo de escolarização, o encaminhamento de crianças e adolescentes aos serviços de saúde. E, ainda, verificar o que leva a escola à inclinar-se ao discurso médico e à medicalização do não-aprender ao invés de priorizar a escuta dos seus alunos e professores. A fim de sustentar teoricamente este trabalho foi escolhida a teoria psicanalítica e os conceitos dos estudos de Freud, por considerar fundamental pensar sobre a influência do inconsciente no comportamento humano e na subjetivação existente na esfera psíquica do sujeito e como metodologia será utilizada a pesquisa bibliográfica.
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