A função estruturante da dor na constituição subjetiva

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Tema: Infância, juventude e clínica

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AUTORIA

Marina Bezerra Werneck , Ariana Lucero

ABSTRACT
Temos como ponto de partida a concepção de aparelho psíquico descrito por Freud
em seu Projeto de uma psicologia científica (1895). Tal aparelho seria estruturado por duas
vivências originárias: a de satisfação e a de dor. As teorizações posteriores de Freud se
limitaram ao modelo da vivência de satisfação que originou a noção de desejo, enquanto a
vivência de dor é retomada por Freud apenas em 1920 com o conceito de pulsão de morte
(CAROPRESO e MONZANI, 2012). Neste sentido, o problema da dor tem sido retomado
por autores contemporâneos para pensar a forma como as vivências originárias fundam o
psiquismo e as psicopatologias. Trata-se de investigar em que medida “a vivência intensiva
da dor pode configurar-se como a primeira incidência da alteridade, capaz de comprometer o
modo primário da tomada do campo em que o organismo está imerso, ou seja, o Outro, a
realidade, a exterioridade” (VORCARO, MARTINS e LUCERO, 2018, p. 64), trazendo
questões para a clínica de bebês e do autismo.
Deste modo, a análise da função da dor e da satisfação enquanto experiências que
inauguram o aparelho psíquico mostra-se também relevante para pensar impasses na
constituição do sujeito, de sua economia pulsional, e de sua relação com o Outro. Vorcaro,
Martins, Lucero (2018) trazem o questionamento acerca do impacto da dor em momentos
precoces de subjetivação, onde o funcionamento colocado pela dor poderia se tornar um
modo privilegiado de dirigir-se à exterioridade, defendendo-se dela e de um Outro tomado
como hostil. Cabe, portanto, trabalhar mais detidamente a incidência da dor em sua função
estruturante, de forma a localizar (e, por que não, tratar?) seus impasses na constituição do
sujeito.

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