Educando e ensinando na pandemia e pós-pandemia: O pequeno infante escolar quinze anos depois

DOCUMENTAÇÃO

Tema: Mal-estar contemporâneo e impasses na educação

Temas Correlatos: Infância, juventude e clínica;

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AUTORIA

Roberta Ecleide De Oliveira Gomes Kelly

ABSTRACT
Em 2006, a partir da Sociologia da Primeira Infância (educação e ensino da família e da instituição escolar), indicou-se o conceito pequeno infante escolar – subjetividade pós-moderna para a primeira infância, estimulada por ideais neoliberais de perfeição e empreendedorismo e avalizada pelos especialistas (profissionais de saúde e educação). Intensamente estimulada, a “nova infância”, esquadrinhada pela ciência e pelo mercado, foi solapada com a Pandemia da Covid 19. Profundas alterações ocorreram no funcionamento das famílias, questionando tal futuro promissor e o objetivo deste estudo é compreender as mudanças ora impostas. Em paralelo às idealizações do pequeno infante escolar, acentuaram-se a medicalização e patologização da infância em quaisquer sinais de alteração de neurodesenvolvimento (a mudança no termo desenvolvimento neuropsicomotor indica o reducionismo epistemológico, enfatizando o processo neurológico em detrimento do psíquico).  Em suma, na Pandemia – crianças sem escola, pais em trabalho remoto ou sem trabalho, aprendizagem remota, diferenças de acesso para classes vulneráveis –, as nomeações diagnósticas começam a se fazer cada vez mais presentes. Dentre elas o Transtorno do Espectro Autista que, na proximidade da CID 11, identifica alterações persistentes na interação social, na comunicação recíproca e padrões de comportamento e interesses restritos, sem especificar se quantitativas ou qualitativas. Se o processo de subjetivação implica na experiência de educação e ensino horizontais (pares de mesma faixa etária) e verticais (adultos cuidadores), como diferenciar transtornos mentais e a condição das crianças pandemizadas? A escola foi e é o espaço que conhece a diversidade etária, com a habilidade de manejo das dificuldades. Na sua ausência, sem os educadores que, do espaço escolar, levavam estratégias aos que educam no espaço doméstico, qual o limite dos especialistas e dos diagnósticos? 

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COMENTÁRIOS
Foto do Usuário Simone Bicca Charczuk 23-10-2021 16:12:15

Roberta, penso ser de extrema importância teus questionamentos. Se a exacerbação diagnóstica já era uma tônica antes da pandemia, corremos o risco de tamponar o sofrimento legítimo das crianças que precisam ser escutadas em diagnósticos que podem dificultar a própria elaboração.

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