Acompanhamento de escolarização: da educação especializada a uma educação “comum” e seus efeitos singulares

DOCUMENTAÇÃO

Tema: Educação especial e educação inclusiva

Temas Correlatos: Mal-estar contemporâneo e impasses na educação;

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AUTORIA

Julia Maria Borges Anacleto

ABSTRACT
Em meio aos debates em torno dos assim considerados avanços e retrocessos nas políticas educacionais voltadas à inclusão escolar daqueles reunidos sob a sigla PAEE (Público Alvo da Educação Especial), nos indagamos acerca dos dilemas e paradoxos que atravessam o tema. Atualmente no Brasil vigora uma Política Nacional de Educação Especial na Perspectiva da Educação Inclusiva que se volta para a organização de sistemas educativos em que a Educação Especial passa a ser considerada uma modalidade transversal. No discurso da educação inclusiva, vemos prevalecer, de um lado, a defesa de um sistema educacional que, visando ser “para todos”, seja estruturado em função das “necessidades educativas” de cada um; por outro lado, que incorpore todo um aparato próprio á lógica da educação especial a fim de proporcionar, no âmbito da escola dita “regular”, uma educação também “naturalmente adequada” às “necessidades educativas especiais”, isto é, dos “alunos especiais”. Toda a montagem discursiva acaba por reiterar, de um lado, a ilusão (psico)pedagógica de uma ação educativa ajustada às supostas características intrínsecas às crianças, divididas em subgrupos aos quais se atribuem siglas cada vez mais detalhadas; por outro lado, faz persistir a lógica segregativa que atribui a toda diferença um lugar no hall dos saberes especializados.Nesse contexto, nos dedicamos a pensar uma proposta de acompanhamento de escolarização orientada pelo entendimento de que para que a inclusão escolar venha a possibilitar – ainda que nunca garantir – que as crianças usufruam da experiência escolar, independentemente dos obstáculos orgânicos ou psíquicos que venham a enfrentar, devemos tomar distância da perspectiva de um “atendimento educacional especializado” na direção de uma educação “comum” do qual cada um possa tirar proveito de maneira singular. Isso envolve reiterar aquilo que, a partir da psicanálise, diz respeito às condições de possibilidade de uma experiência educativa.

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