A criança-escolar: liberdade entre iguais

DOCUMENTAÇÃO

Tema: Mal-estar contemporâneo e impasses na educação

Temas Correlatos: Infância e políticas públicas;

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AUTORIA

Janaina Klinko

ABSTRACT
Tendo em vista os frequentes e sucessivos ataques sofridos pela escola nos últimos tempos, consideramos profícua a oportunidade para refletir sobre o sentido público da educação e a figura da criança-escolar nesse contexto. Para isso, recuperamos a compreensão da escola moderna como herdeira da dimensão da skholé, apontada por Jacques Rancière como uma forma de separação dos tempos do estudo e da produção na experiência da polis grega. Uma forma de separação que acontece a partir da suspensão temporária das pré-definições exigidas na vida produtiva, isto é, tanto no trabalho quanto na família. Nesse sentido, podemos dizer que, quando a criança adentra o espaço escolar, ela desfruta de uma espécie de anonimato, pois tem a chance de, momentaneamente, esquecer o peso de sua origem, das obrigações cotidianas, das expectativas parentais e dos papéis já conhecidos e desempenhados, para se tornar um estudante entre outros – condição existencial que extrapola a mera condição administrativa de aluno, como bem precisa Jorge Larrosa. Destacamos, então, que a experiência desse anonimato convida à experimentação, à brincadeira ou ao estudo despretensioso, pois inaugura novos olhares e possibilidades antes não imaginadas. Ou ainda, inspirados pelo pensamento arendtiano, afirmamos que a criança escolar tem a possibilidade de suspender suas preocupações vitais, para então experimentar a liberdade no contato com os fragmentos do mundo. Uma vez que as escolas parecem cada vez mais capturadas pelas exigências e necessidades de cada família, operando como uma extensão do território domiciliar – principalmente quando consideramos o funcionamento da rede privada de ensino –, nosso objetivo consiste em provocar o reconhecimento de que a escola complica, bagunça e atrapalha. E, justamente por incluir a dimensão do imprevisível frente às definições parentais e sócio determinantes, a escola pode ser libertadora.

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