A IMPORTÂNCIA DA EDUCAÇÃO PERMANENTE EM SAÚDE NA ATENÇÃO PRIMÁRIA COMO ESTRATÉGIA DE CONTROLE DA HANSENÍASE.

DOCUMENTAÇÃO

Tema: Educação, formação e treinamento em saúde

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Certificado de Nicolau da Costa

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AUTORIA

Jéssica Luzia Delfino Pereira , Nicolau Da Costa

ABSTRACT
Introdução: Hanseníase é uma doença infectocontagiosa crônica com alta infectividade e baixa patogenicidade, causada pelo Mycobacterium leprae (Brasil,2017). No Brasil, A hanseníase representa um problema de saúde pública pelo seu poder de causar incapacidade física, social e econômica. Um dos componentes globais para estratégias de controle e erradicação da doença são; reforçar a conscientização dos pacientes e da comunidade sobre a hanseníase e promover a detecção precoce de casos mediante busca ativa em áreas de maior endemicidade e manejo dos contatos. De acordo com vários estudos a busca ativa de suspeitos de hanseníase é fundamental para o fortalecimento e ampliação de ações no âmbito da Atenção Primária a Saúde (APS), fomentando a ampliação do diagnóstico precoce, tratamento oportuno e demais medidas de vigilância, controle e reabilitação necessárias. O enfermeiro, sendo o profissional, que está mais próximo dos Agentes comunitários de saúde (ACS), pode ter um papel fundamental no requisito de educação destes com a finalidade de encontrar e identificar casos suspeitos na comunidade. A educação Permanente em Saúde é o aprendizado no ambiente de trabalho a partir da problematização da realidade vivenciada a fim de assegurar uma qualidade da prática profissional (BRASIL ,2009). O ACS trabalha com ações de promoção e prevenção de doenças no âmbito do Sistema Único de Saúde (SUS), focalizando sua assistência em atividades educativas em domicilio, coletividades, e ampliando o acesso da população aos serviços de saúde. (BRASIL,2016). Ajudando no reconhecimento de casos suspeitos e evitando sua propagação e prevenção de incapacidades físicas da doença. Objetivo: Esta pesquisa tem o intuito de relatar a importância da educação permanente em saúde com os ACS como estratégia de controle da Hanseníase. Metodologia: Estudo do tipo relato de experiência sob a ótica de uma enfermeira residente da Escola de Saúde Pública do Ceará durante imersão em uma Estratégia Saúde da Família (ESF), localizado na Macrorregião do Cariri, lugar hiperepidêmicos de acordo com o último Boletim Epidemiológico do Estado do Ceará (2019). A unidade é dividida em 5 microáreas, sendo a residente responsável por duas microáreas. Haviam três casos de hanseníase em acompanhamento, sendo um caso de recidiva. Notou-se a necessidade de fazer algumas atividades com a finalidade de elencar conhecimentos para os profissionais e ajudar nas condutas assistências aos pacientes com hanseníase. Resultados: Foi apresentado a proposta para a enfermeira do serviço, após isso foi realizado um encontro com todos os ACS da equipe, utilizado computador como tecnologia para facilitar a explanação e troca de conhecimentos sobre a patologia, após o término dessa atividade foi disponibilizado para os ACS material ilustrativo. O encontro foi realizado pela residente com a finalidade de elencar conhecimentos e melhoria do trabalho dos profissionais na identificação de novos casos. Os principais tópicos abordados foram; epidemiologia da hanseníase na região, sinais e sintomas da doença, a importância da notificação e busca ativa, acompanhamento dos paciente em tratamento, encaminhamento de contatos de hanseníases para a unidade de saúde, orientações durante visita domiciliar, a importância da mobilização da população quando houver suspeita de hanseníase, e desmistificação da doença e seu controle. Ainda foi distribuído para os ACS, um material de apoio com a finalidade de ajudar na identificação dos sinais, sintomas e lesões em casos suspeitos de hanseníase. Ainda foi realizado salas de esperas com os pacientes que aguardavam atendimentos durante o mês e a colocação de cartazes e/ou folders do ministério da saúde sobre a doença distribuídos dentro da unidade, e a realização de atendimento de casos suspeitos. Ainda foi construído um cartão do usuário pela autora com o objetivo de registro das informações sobre acompanhamento e doses supervisionadas. Em um estudo realizado com enfermeiros por Ximenes Neto et al. (2013), constatou  que a busca ativa de contatos era feita por 54,7% de sua amostra, mostrando ainda a centralização do papel do enfermeiro nas ações de busca desses contatos domiciliares de pessoas diagnosticadas, pois a investigação   dos contatos é  necessária para a identificação de novos casos, pois através do  o diagnóstico precoce e consequentemente a prescrição do tratamento da adequado,  pode-se evitar futuras sequelas que são típicas do diagnóstico tardio desta enfermidade. O enfermeiro sendo o principal responsável pela gestão da equipe da ESF, fica com a responsabilidade de buscar desenvolver estratégias relacionadas à capacitação de sua equipe, pois uma vez capacitado possui habilidades para repassar o conhecimento adquirido para toda a sua equipe, certificando – se que todos tenham uma papel maior no combate a hanseníase, pois em uma pesquisa realizada por Rodrigues et al. (2015), quando foram indagados sobre a realização de alguma capacitação acerca da prevenção e controle da hanseníase para toda a sua equipe de trabalho, os enfermeiros afirmaram ter realizado a atividade de capacitação para o manejo dessa enfermidade apenas com os ACS. Conclusão: Com a realização da proposta de educação com os ACS, notou-se o grande envolvimento destes profissionais no requisito querer aprender para ofertar a melhor assistência aos pacientes de suas microáreas de responsabilidades. Atividades assim com baixo custo tem um grande potencial nos processos de mudanças. Percebeu-se uma sensibilização da procura da população para realizar exames dermatológicos. Além de favorecer no aprendizado e formação da profissional de saúde residente. Este estudo buscou servir de subsídios para o controle da hanseníase no município.
 

Descritores: atenção primária a saúde, hanseníase, epidemiologia, educação continuada

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COMENTÁRIOS
Foto do Usuário Ana Carolina Sacco 09-02-2021 09:50:35

Pergunta: O estudo realizado seguiu a perspectiva da ''Educação Permanente'' e/ou da ''Capacitação'' aos ACS? Sugestão: observada a diferença conceitual entre os termos de ''Educação Permanente'' e ''Capacitação'' em saúde, sugiro que, no decorrer do texto, seja utilizado o termo que norteou as atividades realizadas com o público-alvo, ou seja, padronizar o texto, não utilizando-os como sinônimos. Portanto, caso a ''Educação Permanente'' tenha sido a base do estudo, assim como o título e o objetivo sugerem, substituir no texto a palavra ''Capacitação'' e evitar termos como ''repassar conhecimentos'', assim como foi utilizado em trecho dos ''Resultados'', pois na maioria dos casos, a ''Capacitação'' é que, diferentemente da ''Educação Permanente'' consiste em repasse de conhecimentos dentro da lógica do “modelo escolar'' ou acadêmico. Caso o estudo tenha se baseado em ambos os modelos, sugiro esclarecer ao longo do texto, bem como no título e objetivo.

Foto do Usuário Cíntia Eliane Costa Corrêa 09-02-2021 09:50:35

O artigo aborda tema relevante destacando o desenvolvimento dos profissionais em suas áreas de atuação, onde através da educação permanente busca-se promover conhecimento e aprimorar competências de acordo com as reais necessidades e demandas do serviço promovendo uma assistência qualificada e segura.

O tema abordado é de extrema relevância científica, é fundamental que seja abordado e trabalhado como toda a equipe de saúde. Sugiro que seja pesquisado artigos mais atuais, principalmente dos últimos 5 anos. Parabéns aos autores.

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