Percepções dos Docentes e Discentes sobre Feedback em Campus Práticos da Rede de Saúde em Diadema
AUTORIA
Simone Stagini
ABSTRACT
Resumo expandido do trabalho de Mestrado Profissional de Inovação do Ensino Superior em Saúde(MIESS) da Universidade Municipal de São Caetano do Sul. Linha de pesquisa2: Ensino em Saúde nos Contextos de Práticas dos SUS: Introdução: O ensino médico no Brasil recebeu influência europeia e americana desde o século XIX. Um marco de modificação contemporânea no ensino foi a formulação das Diretrizes Curriculares Nacionais de 2001 e 2014, estabelecidas pelo ministério da educação, no qual, foram implementadas as metodologias ativas no ensino médico. Um importante instrumento utilizado para avaliação dos alunos nessa nova metodologia de ensino é o feedback, em que o aluno participa da avaliação da sua própria aprendizagem, detectando suas fragilidades e elaborando melhorias a serem realizadas e pautadas com bases nas competências pretendidas. No entanto, para um feedback ser efetivo diversos aspectos devem ser analisados. Objetivo: Analisar a percepção sobre feedback, na visão dos preceptores e dos alunos, durante os estágios práticos em Diadema do curso de medicina da Universidade Municipal de São Caetano do Sul (USCS). Métodos: Estudo qualitativo/quantitativo envolvendo todos os alunos que concluíram os estágios práticos no período de março de 2018 a agosto de 2019 (n=30), assim como, todos preceptores responsáveis pelos estágios (n=8). Foi avaliado conhecimento sobre feedback na visão dos discentes e dos preceptores utilizando questionários com questões categóricas e abertas. Os dados categóricos são apresentados por números e percentuais, já para as questões qualitativas foi utilizada a técnica de análise de conteúdo. Resultados: Um total de 25% dos preceptores e 53,3% dos alunos relatam ter muito conhecimento sobre o que é feedback. Os preceptores (75%) mostram clareza sobre o objetivo de fornecer feedback e mencionam: apontar melhoria, reflexão crítica e oportunidade de adequações. Enquanto, 63,3% dos alunos relatam clareza com os objetivos e apontam: esclarecimento de dúvidas, planejamento de melhorias e conhecimento de pontos positivos. Os preceptores afirmam fornecer feedback muito frequente ou em todas aulas práticas (50%), diferindo da visão dos alunos os quais 26,7% relatam receberem frequentemente e gostariam de receber com mais frequência. Os alunos desejam que o feedback seja construtivo e em local privado. Metade dos preceptores tem dificuldade em dar feedback negativo, porém, 60% dos alunos relatam lidar bem com críticas. Apenas 25% dos preceptores dizem saber avaliar se o feedback foi efetivo para o aluno, já 93,3% concordam que o feedback trouxe impacto positivo no aprendizado prático. Discussão: Preceptores sentem dificuldade de darem devolutivas negativas, com correções por receio de causarem frustrações; os alunos tem boa aceitabilidade das devolutivas, reforçando que há um entrosamento entre preceptor e aluno nos estágios propiciando mudanças de comportamento e tiveram alguns impactos negativos devido à sua exposição diante correções Conclusão: Embora os preceptores tenham algum conhecimento sobre o feedback, eles têm dificuldades de como transmitirem o conteúdo das devolutivas, principalmente quando envolvem críticas. Os alunos aceitam críticas e exigem que o feedback seja uma prática constante nos estágios práticos. É necessário melhorar o processo de fornecer e receber feedback. Descritores: feedback; ensino médico; devolutiva
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