ABSTRACT

A análise do processo de envelhecimento populacional considerando uma idade fixa, como definidora da velhice, não capta as melhorias na saúde relacionadas ao aumento da longevidade e diminuição das incapacidades experimentadas pela população, nas últimas décadas. A avaliação por essa idade cronológica é limitada pelo tempo vivido pelo indivíduo e não considera o envelhecimento como um processo multidimensional e distinto entre as populações. Neste sentido, o objetivo deste trabalho é analisar o processo de envelhecimento populacional do Brasil, por sexo, a partir de uma idade definidora da velhice dinâmica e comparar os resultados com base nos obtidos pela idade cronológica, no período decenal de 2000 a 2060. Para a definição do novo limiar da velhice foi selecionada a idade correspondente a uma expectativa de vida remanescente de 15 anos ou menos, na tábua de vida do Brasil referente à cada ano estudado. Em seguida foram calculadas as seguintes medidas com base na idade cronológica de 60 anos e na idade prospectiva: proporção de idosos, idade mediana, razão de dependência dos idosos e índice de envelhecimento. Os resultados indicam que, entre 2000 e 2060, espera-se que o limiar da velhice dos homens aumente de 64,0 para 72,0 e das mulheres de 69,0 para 76,0 anos. As medidas de envelhecimento que consideram as melhorias na saúde e na longevidade indicam uma dinâmica diferente em comparação com as medidas tradicionais, caracterizada por uma velocidade menor de envelhecimento populacional do que a prevista com a adoção da idade definidora da velhice fixa.